Crítica sobre o filme "Motorista de Taxi, O":

Rubens Ewald Filho
Motorista de Taxi, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 11/01/2018

Cada vez mais eu gosto do cinema coreano (do sul, obviamente!) e mesmo assim tive uma boa surpresa com este filme recente e inspirado em fato real, feito por um diretor que fez cinco filmes anteriormente, inéditos aqui, mas que demonstra uma talento e uma criatividade muito interessante. A história autêntica de um chofer de taxi, um sujeito comum, mas honesto e sincero, pai e viúvo. Em maio de 1980, esse taxista de Seoul chamado Man-seob recebe uma oferta boa demais para ser verdade. Se ele levar um passageiro estrangeiro de Seoul até Gwangju e retornar, antes do escurecer (quando tudo é proibido) ele ganhara uma grande quantia em dinheiro (100.000), o suficiente para pagar meses de contas atrasadas. Sem discutir, ele recebe o jornalista alemão Peter (o ator conhecido Thomas Kretschmann) e sai na missão. Naturalmente é parado por policiais de estrada, mas como precisa do dinheiro inventa soluções de chegar a cidade. O problema é que ele encontra cidadãos da cidade e o povo protestando contra o governo ditatorial de Man-seob. A situação vai se complicando com o herói tentando voltar para Seoul. Acaba por fazer amizade com um estudante e outro motorista, mas a situação vai piorando cada vez mais, a ponto de se tornar uma luta campal, de vida e morte, com anônimos sendo atacados e mortos. O pior de tudo é que ninguém no resto do mundo ficará sabendo desse massacre e o chofer resolve participar ativamente do confronto! E fazer tudo para o jornalismo informar na Europa! O mais interessante é que esse taxista realmente existiu e foi heroico, mas sumiu sem deixar mais informações.

É uma história épica, com ação, violência mas também senso de humor, mais uma de que nós aqui nesse dito Ocidente nem conseguimos chegar a ficar sabendo! Embora seja um pouco longo, o filme passou na Mostra e bem que deveria ter levado algum prêmio (que acabam em mãos de outros chatos e irritantes). Experimentem que vale a pena.