Crítica sobre o filme "Touro Ferdinando, O":

Rubens Ewald Filho
Touro Ferdinando, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 09/01/2018

É sempre um prazer ter um novo filme de animação realizado pelo brasileiro Carlos Saldanha (que fez os dois Rio(s), episódio de Rio, Eu Te Amo, dois A Era do Gelo) ainda que esbarre em mais “dois” problemas. Não precisa ser tão longo, insisto que crianças pequenas não tem paciência de ver projeções tão longas, por mais bem que feitas que tenha sido feitas... Os pais que aguentem...

O outro problema é, me parece, menos grave, porque naturalmente ninguém mais neste país tem qualquer memória de algo que tenha acontecido há mais de vinte anos no máximo! Enfim, quando eu era bem criança ganhei um livro infantil que se chamava Ferdinando o Touro, que contava em poucas páginas esta mesma história. Porque uma firma diferente resolveu refilmar um clássico da Disney eu não tenho a informação. O fato é que também assisti o desenho clássico da Disney, de apenas 8 minutos e que ganhou ainda por cima um Oscar de animação de curta metragem em 1938. Aliás, comentário a parte, era uma obra prima, muito original, que os pais usavam para dar exemplos em seus meninos, na história de um touro criado para lutar em touradas, mas essa não era sua vocação. Prefere colher flores e correr pelos campos. Quando chega a hora de se exibir na tourada, é um vexame (na época, chegava-se a levantar a questão dele ser efeminado! Mas não nesta versão). Mas deixemos por ai... (o IMDB também fala num telefilme Ferdinand the Bull de 84, de Dick Richards).

Enfim, quem viu o original nunca esqueceu e pode virar o nariz para esta aventura passada na Espanha, em que o herói passa por todo tipo de aventuras, com vários animais servindo de parceiros e amigos, outros nem tanto. Tem muita perseguição, muita confusão com carros, policiais (na verdade acho que tem excesso de personagens! Todos procurando ter alguma personalidade própria inclusive até a sequência final quando o herói enfrenta com galhardia o toureiro e a multidão!).

É um filme ruim? De maneira nenhuma. Só excessivamente longo e povoado, quando o que interessa mesmo é a postura e existência do herói que merecia algo mais profundo e humano (oops, touro humano!!! Já é viagem minha!). Não compreendo também porque o filme foi adiado (era para sair em julho e acabou batendo de frente com Star Wars, com o resultado óbvio!).