Num momento ingrato de festas e viagens, é sempre bom ter como alternativa uma produção de qualidade artística como este filme húngaro muito premiado. Assim levou 4 prêmios no importante festival de Berlim (Prêmio da Crítica, elogiando a história de amor cheio de idiossincrasia, lirismo e humor, Urso de Ouro de melhor filme, Prêmio da Crítica Ecumênica, Júri do Jornal Berliner Morgenpost). Depois no prêmio mais importante de toda a Europa, o European Film Award, ganhou como melhor atriz, Alexandra, também premiado pelo público em Dubai, filme em Sydney, filme pelo Cameraimage. A diretora nasceu em 1955, e ficou conhecida por Meu Século XX (89), o único dos seus trabalhos que passou por aqui. Este foi o primeiro filme dela em 18 anos! Foi indicado ao Oscar de filme estrangeiro no ano passado. Sem grande retorno.
A história se passa no subúrbio de Budapest, onde Endre é o gerente difícil de um pequeno açougue (tem um problema com o braço esquerdo que faz tudo para esconder). Até quando aparece no lugar a jovem Maria, que é nova no escritório e que controla a qualidade. Embora sejam extremos opostos, as duas se aproximam após um pequeno roubo no lugar. O charme seria o fato de que as duas sonham o mesmo sonho, a cada noite.
Não sei se o público brasileiro, em particular as mulheres, saberá apreciar a narrativa lenta, que começa com figuras de bichos (cervos) na neve, e tem momentos excêntricos de narrativa. Como também uma investigação de polícia e detalhes curiosos que passam de um extremo ao outro. Passando por momentos de humor, solidão, do trágico à farsa. Justamente tudo isso pode tanto agradar quando provocar rejeição.