Imagino que muita gente assim como eu, ainda se lembra do primeiro Jumanji de 1995 baseado em livro de Van Alsburg (o nome de um brinquedo secreto que se manipulado libera monstros e animais) que era indicado para crianças e tinha a sorte de trazer no papel central o saudoso e sempre esperto Robin Williams e a então menina Kirsten Dunst (foi dirigido pelo especialista em efeitos e hoje esquecido Joe Johnston). Depois de tanto atraso a franquia é resgatada neste roteiro muito esquisito e discutível. Começa apresentando um grupo de quatro estudantes adolescentes com problemas típicos dos filmes americanos (entre eles, querendo se afirmar, demonstrar diferentes talentos) que de repente são transportados para uma terra desconhecida (na verdade a estilizada selva do Havaí!) onde tem que fugir de monstros e ir resgatar o que viria a ser a estátua de Jumanji. O muito esquisito e difícil de engolir é o fato de que aqueles teens são modificados, a desculpa seria de que são “avatares” deles, o que é completamente impossível de engolir. Por exemplo, uma garota tímida e c chata mais tarde ira confessar que é apaixonada por um colega, quando mal se conhecem ou se falam. Mas o mais esquisito é que o gordinho e simpático Jack Black é o avatar de uma garota linda e chata e pretensiosa (isso provoca algumas risadas bizarras, na verdade me custou a participar da cabine onde vi o filme, onde meus colegas de profissão pareciam morrer de rir, com piadinhas duvidosas, por exemplo a garota na pele de Black, que descobre que ele/ela tem um pênis e como usá-lo (o que no mínimo não é adequado para filme que deveria ser juvenil, aliás ele tem alguns palavrões desnecessários).
Como é de hábito, Dwayne ex The Rock tem meia dúzia de caras engraçadas e uma presença simpática, enquanto a turma corre e foge pelos diferentes perigos (efeitos especiais obviamente feitos com eficácia), até porque aparece mais um personagem (vá entender porque! Lógico acharam que estavam precisando de um cantor famoso para preencher a ação, no caso o muito discutível Nick Jonas (da família Jonas Brothers), que parece fadado a ter carreira curta. Se a mocinha escocesa Karen Gillan (foi Benula no Guardiões da Galáxia) é esforçada, o meu favorito ainda não é muito conhecido por aqui e não tem grandes momentos, mas é superstar na América, Kevin Hart (que faz o zoólogo Finbar).
Aproveita-se na trilha algumas canções pops famosas, até do Guns and Roses, a direção é de Kasdan, que é filho do roteirista e diretor Lawrence Kasdan, e que fez muita série de TV e trabalhou como produtor. Os filmes que conferi dele (Professora sem Classe, Sex Tape, Um Elenco do Barulho) nunca me convenceram. Ainda assim a lembrança do original e ausência de grandes aventuras para fazer face a Star Wars, pode ajudá-lo.