Crítica sobre o filme "Eu, Tonya":

Rubens Ewald Filho
Eu, Tonya Por Rubens Ewald Filho
| Data: 30/12/2017

Indicada ao Globo de Ouro, o SAG, e vários outros prêmios este é um projeto pessoal da atriz australiana Margot, uma das mais belas do cinema atual e que se revela aqui também uma poderosa e carismática atriz. Ela se revelou como a esposa de Leonardo Di Caprio no polÊmico O Lobo de Wall Street, 13, de Scorsese, e depois esteve em Golpe Duplo com Will Smith e Rodrigo Santoro, ponta em A Grande Aposta, foi Jane em A Lenda de Tarzan, e Harley Quinn no Esquadrão Suicida (e supostamente na continuação).

Nada fazia supor porém sua garra neste projeto onde não tem problemas de se deixar feia e ate antipática porque recria um fato real que teve muita repercussão nos Estados Unidos e grande parte do mundo. A historia de Tonya Harding, uma aspirante as olimpíadas de patinação no gelo que veio de uma família muito pobre, se casou com um cafajeste grosseiro e violento, se envolvendo num escândalo nacional quando este consegue que um amigo agrida e machuque a rival dela, uma certa Nancy Kerrigan. Tonya se envolve no caso e até hoje ainda tem uma figura polêmica, que este filme descreve como se fosse uma grande reportagem de televisão.

O diretor Gillespie, australiano, fez besteiras como Mr. Woodcock, Em Pé de Guerra, 07 com Billy Bob Thorton, e no mesmo ano uma comedia romântica inteligente e triste, A Garota Ideal (Lars and the real Girl, que deu indicação ao Oscar para o protagonista, Ryan Gosling). Não tinha porque fazer o remake de A Hora do Espanto (11) com Colin Farrell, o esportivo de Disney que ninguém viu aqui, O Arremesso de Ouro (14), Horas Decisivas (16) com Chris Pine, Casey Affleck. Com tudo isso nada prevenia esta realização muito firme, seja na reprodução das cenas de gelo (ficamos na duvida se Margot foi dublada, em geral fazendo realmente as danças) seja no clima jornalístico da narrativa.

Também tem sido indicada a prêmios, no caso Allison Janey, que em sua carreira já teve indicação seis vezes no Globo de Ouro, aqui como a mãe maldita da heroína (o filme perde força ao final quando ela se torna mais suave), e ainda nas séries deTV Mom, The West Wing, no caso 4 vezes.

Parece que o filme não está indo muito bem de público lá fora! Será que já passou de moda a história? Pode ser. Mas certamente ele demonstra as qualidades dramáticas de Margot.