Crítica sobre o filme "Suburbicon: Bem-vindos ao Paraíso":

Rubens Ewald Filho
Suburbicon: Bem-vindos ao Paraíso Por Rubens Ewald Filho
| Data: 21/12/2017

Lamento desapontar as fãs do ator, galã e ocasionalmente diretor George Clooney, que com frequência tem errado tristemente numa série de filmes infelizes (como os recentes, e muito fracos, Os Caçadores de Obras Primas, 14, Tudo pelo Poder, 11, a fracassada comédia ainda que divertida, O Amor Não Tem Regras, 08. Os melhores foram os que fez no começo da mania de virar realizador, Confissões de uma Mente Perigosa, 02, e Boa Noite e Boa Sorte, 05). Ele fez 3 filmes com roteiro dos Coen, mas como ator e este é o primeiro deles que dirige. Mas também meteu o bedelho no script e com certeza daí vem o monumental fracasso. Não passou de cinco milhões e quinhentos mil de bilheteria depois de ter sido vaiado no Festival de Veneza.

Tudo merecido, este ano eles não vão ao Oscar. Difícil entender e explicar porque tal fracasso, tão mal resolvido. Mesmo com o fiel escudeiro ali perto, falo do sempre esforçado Matt Damon (que aqui faz o protagonista de maneira neutra) e onde até a infalível Julianne Moore funciona mal (ainda por cima em papel duplo de irmãs!). O único ator que tem certa vida e presença é Oscar Isaac, e mesmo assim numa aparição bem curta.

Suburbicon é o nome de uma comunidade de subúrbio (inspirada em fato real), que teria sido a primeira dos norte-americanos, no verão de 59. Gardner Lodge (Damon) é dos habitantes locais, que tem um bom menino como filho (Noah Jupe) embora seu coração se divida entre a mulher e a cunhada (Julianne faz as duas). A situação se complica quando pela primeira vem morar no lugar uma família de negros (e o filho deles fica amiguinho do Noah). Mas o roteiro é tão ruim, tão mal resolvido que nem ficamos entendo bem o que sucede quando os locais invadem a casa dos negros e as consequências. Pior ainda quando a casa de Gardner é invadida por dois bandidos misteriosos que exigem dinheiro e cometem até assassinato, ou assim parece. Depois quando são convidados para identificar os dois sujeitos Gardner e a mulher sobrevivente nega qualquer conhecimento.

A intenção óbvia é denunciar o racismo, mas parece que tem medo de abordar o assunto. Faz tempo que não vejo um script tão mal delineado, sem estrutura, sem humor, sem graça. Lamentável.