Antes de tudo fiquei surpreso com a juventude de Fanny Ardant, nos seus 68 anos, embora este filme não tenha tido grande repercussão no Festival de Locarno. Este é o quinto filme da diretora Nadir, nascida em Paris, parece ser especializada em comedias românticas árabes (há filmes como Goodbye Morocco, Délice Paloma, Le Harem de Mme Osmane com Carmen Maura). Seu único prêmio importante foi o Lumière de melhor filme francophone com Paloma, em 08.
O resumo deste filme é direto e divertido. Resume tudo. Quando sua mãe morre, Zino decide procurar seu pai, Farid. Mas 25 anos depois este se transformou em Lola! O filme provocou polêmicas na França, e talvez por aqui, já que escolheram para protagonista alguém que não é transgênico, e embora tenha boca, rosto, estrutura de uma pessoa grande claro que não é a mesma coisa, ainda mais num assunto tão atual e tão discutido. Ainda assim os críticos franceses que são polêmicos concordaram que ela interpreta bem com convicção (ela se define um hétero que se tornou lésbica!). Mas os realizadores defendem a escolha da seguinte forma: Por que Lola não poderia ser argelina, árabe? Por que Shakespeare teria que ser representado apenas os aristocratas britânicos? O fato é que a diretora acha mais importante desenvolver a relação entre pai/mãe e filho. Ou seja, quem gostar de Fanny vai gostar do filme.