Crítica sobre o filme "Logan Lucky - Roubo Em Família":

Rubens Ewald Filho
Logan Lucky - Roubo Em Família Por Rubens Ewald Filho
| Data: 20/11/2017

Depois de fazer uma grande quantidade de filmes para cinema e séries de TV (41 projetos até o momento) o premiado com Oscar e Palma de Ouro resolveu tirar umas férias e passou praticamente três anos fora do trabalho para retornar com este filme aqui (em parte por causa de sua amizade com o ator Tatum, com que já trabalhou e assina como coprodutor). Desde Minha Vida com Liberace (13). E novamente reunindo um elenco de gente famosa e amigos as vezes em papeis pequenos. Basicamente uma comédia (de poucas risadas) naquele estilo de humor sulista, que não funciona muito no exterior mesmo quando importa com o prestígio do seu nome, atores fazendo diferente e com sotaque estranho (o caso de Daniel Craig, que não chega a convencer muito). Mesmo Tatum está envelhecendo demais e perdendo o brilho.

Mas ainda assim o filme não foi muito mal nos EUA (por volta de 26 milhões) apesar do ritmo lento e a narrativa arrastada estranha para uma comédia de assalto. Será culpa do sotaque? Enfim, é interessante porque Steven quis ter controle criativo sobre o filme, fugindo dos estúdios, conseguindo uma distribuição fora do comum, levantando o orçamento no exterior, e depois já fechando os diretores de cinema vendendo para a HBO, Netflix, VOD, TVs e aviões. Com tudo já pré-pago, mesmo se fosse um lucro de 15 milhões já estaria pago.

De qualquer forma, acho o trabalho do diretor irregular, alternando trabalhos apenas curiosos, com outros notáveis e vários descartáveis (está fazendo agora Oito Mulheres e um Segredo, versão feminino de Ocean´s Eleven, a série de TV Godless, o telefilme Mosaic e o Panama Papers Project). Neste caso ficamos num meio termo no que vem a ser basicamente uma aventura sobre uma quadrilha de mal-sucedidos caipiras rurais que resolvem participar de assalto, diante da crise financeira (Tatum perdeu o dinheiro). Ele é Jimmy Logan (O Sortudo, Lucky), ex-jogador de futebol que se junta ao irmão Clyde (veterano militar que perdeu parte de braço em combate, no papel o Adam Driver, também mal aproveitado). Decide também chamar a irmã Kellie (Keough), dois irmãos jovens de Joe e principalmente a curiosidade do filme que é a presença de Joe Bang (Craig tenta muito em vão fugir de James Bond).

Tem razão os críticos que não desprezaram o filme, mas chamaram a atenção para seu aspecto de já visto, de um esforço de fazer humor que nunca se realiza. Nem mesmo com piada sobre Game of Thrones. Ah, como sempre Steven é o diretor quem também usou o pseudônimo passando pelo diretor de fotografia, Peter Andrews. Mas não vai para o melhor de sua carreira.