Crítica sobre o filme "Mark Felt: O Homem que Derrubou a Casa Branca":

Rubens Ewald Filho
Mark Felt: O Homem que Derrubou a Casa Branca Por Rubens Ewald Filho
| Data: 26/10/2017

Foram 21 coprodutores para realizar este filme (entre eles Ridley Scott, Jay Roach, Tom Hanks) que não tem recebido boas referências da crítica americana. Em grande parte falando mal do realizador. O diretor Landesman é romancista e correspondente de guerra, procurando sempre temas desse teor. Fez como realizador o pouco conhecido JFK, A História Não Contada (Parkland, 13) sobre o assassinado do presidente, Um Homem entre Gigantes (Concussion, 15, com Will Smith, sobre problemas de saúde dos futebolistas americanos, e tem em pré-produção The LastBattle, 18), sobre ataque a castelo durante a Segunda Guerra Mundial. Como escritor os filmes não foram mais conhecidos: O Mensageiro (Kill the Messenger, 14), Trade (inédito aqui, 17, com Kevin Kline), o recente A Vida Imortal de Henrietta Lacks, 17 com Oprah Wimprey, que foi indicado ao Emmy.

Para muita gente o problema é simplesmente que essa história já foi contada antes, é um segredo já melhor revelado, ainda mais neste momento de histórias tão secretas e complexas quando as que rolam hoje no governo americano. Os mais velhos certamente se lembrarão dos fatos polêmicos do governo Richard Nixon, um presidente mentiroso e perigoso, que mandou invadir um escritório dos seus rivais no prédio do hotel e prédio do Watergate. Essa invasão não deu certo e tudo se constituiu num grande escândalo no filme Todos os Homens do Presidente (All the President´s Men, 65, com Robert Redford como Bob Woodward, e Dustin Hoffman), com Carl Bernstein (ambos do jornal de Washington que revelou tudo, o Washingston Post). Aliás o filme ganhou 4 Oscars e teve ainda 4 indicações. Principalmente pela ação da imprensa e duas figuras de jornalistas que se tornaram famosos e mesmo lendários desde então. Curiosamente neste filme que conta basicamente a mesma história, eles mal são vistos e interpretados por desconhecidos, Julian Morris como Woodoward, o outro nem se conta porque este filme foi produzido para se contar a história apenas do Mark Felt, que se irritou de ser conhecido apenas como um desconhecido que denunciou a corrupção do governo e ainda por cima levou o nome de Garganta Profunda (Deep Throat, apenas uma brincadeira, com o filme de sexo da época). Quem faz o personagem aqui é um equívoco, porque Liam Neeson (lembram-se de como estava bem em A Lista de Schindler?) aqui aparece envelhecido e ausente. Na sua busca mal justificada de se tornar o maior delator da história dos EUA! E estão certos os espectadores que não sabem bem o que fazer deles, se torce ou não por ele? Será herói ou mocinho ou anti-herói ou vilão? Ainda interessa a alguém? Na verdade, se o filme fosse melhor realizado sim. Do jeito atual, procure o original (Todos os Homens do Presidente).