Crítica sobre o filme "Advogado, O":

Rubens Ewald Filho
Advogado, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 11/10/2017

Não conhecemos muito bem no Brasil, a produção cinematográfica da Coréia do Sul (por favor, não confundir com a do Norte e seu chefe doente). Mas o suficiente para admirar a qualidade técnica de seu produto e a existência de pelo menos um diretor genial que é o Park Chan Woo, indiscutível um gênio em filmes de ação e aventura como Oldboy, 03, o recente e brilhante A Criada,16, Lady Vingança, 16, Mr Vingança,12.

Este outro filme coreano que está estreando com atraso (é de 2013) não é exatamente uma trama policial (embora eles estivessem envolvidos), mas é diferente para nós, já que nem sempre persiste a luta para se combater corruptos ainda mais em países orientais, onde, acreditem, a bandidagem entre policiais e tribunais é mais séria do que supúnhamos.

O Advogado é uma história real e foi fenômeno de bilheteria na Coréia do Sul ao levar 11 milhões de espectadores aos cinemas, se tornando o 8º filme mais visto na história do país. A história gira ao redor de Song, um advogado meio esnobado por todos, sem clientes e conexões importantes, mas que luta para fazer sucesso nos negócios e principalmente em corrigir os erros e injustiças. Até que o protagonista decide defender um adolescente torturado e violentado na cadeia, onde está preso por uma alegação falsa. Na verdade, ele e seus colegas são acusados de estarem divulgando livros comunistas, com ensinamentos recusados pelos tribunais.

Isso também é interessante porque a Coréia do Sul não é dos países mais liberais do mundo até por causa do temor de invasão por conta do seu rival de cinema. Então a proposta do filme é contar e denunciar a corrupção da polícia e até dos magistrados também por uma razão toda especial. O filme passa-se em 1980 e é baseado na história real de Roh Moo-Hyun, que é presidente da Coréia e que ficou famosos como advogado e ativista dos direitos humanos. Segundo o diretor, o nome Song Wood Seok usa o primeiro nome e último, foi inspirado no primeiro e último nome do ator.

Afinal das contas o filme funciona? É de impressionar a quantidade de prêmios que recebeu. Entre eles, Baek Sang Awards (5 prêmios, inclusive direção e filme), Blue Dragon (filme, ator, coadjuvante, ator e atriz), Bull Film Award (ator e coadjuvante), Chunsa Film Art (diretor, ator), Montagem (melhor ator, produção e revelação de diretor), Grand Bell Awards (diretor, roteiro, atriz coadjuvante), críticos da Coreia (diretor, ator) e etc.

Será que um filme como este, ou seja, não ocidental, vai encontrar um público aqui? Espero que sim, o ator protagonista é diferente do costume e uma das coisas que me cativou foi verificar que não é só na nossa terra que assistimos corrupção e abusos. Na Coréia, pelo menos diz o filme, há tentativas de resolvê-los com seriedade.