Crítica sobre o filme "Blade Runner 2049":

Rubens Ewald Filho
Blade Runner 2049 Por Rubens Ewald Filho
| Data: 05/10/2017

Foi um desafio e tanto fazer esta continuação de um filme clássico que não é apenas por excelência o Cult de toda uma geração, como foi um notório fracasso de bilheteria. E o risco continuou afastando o criador original Ridley Scott (que assina como apenas um de vinte e tantos produtores) colocando no elenco também astros famosos (não quero estragar a surpresa então basta afirmar que há aparições de grandes estrelas, ou dublês delas!). Mas, além disso, procurando criar uma história que no possível é uma continuação do original, muito bem recriada por um diretor franco canadense que até agora ainda não havia sido celebrado por seu talento (é o caso de Dennis Villeneuve, que ficou famoso e concorreu ao Oscar com Incêndios, o que explica a aparição de atrizes desse filme), Os Suspeitos com Jake Gyllenhaal e Hugh Jackman, o cult Sicário Terra de Ninguém, A Chegada (Arrival) com Amy Adams). No mínimo já garantiu uma indicação ao Oscar também por supervisionar a notável direção de arte, fotografia, figurinos e por que não introduzindo mulheres jovens de grande beleza (sendo que deixa um mistério com dublê quando chega a vez da musa do filme anterior, Sean Young (agora já uma senhora nascida em 1959, cinema é muito cruel com as mulheres, o outro astro Harrison Ford, de 1942 e esta ai fazendo um novo Indiana Jones e seu rosto marcado e envelhecido só lhe dá maior segurança e verdade).

Há um letreiro no começo do filme, mas fora isso não tentam seguir os fatos ao pé da letra. Ryan Gosling, que perdeu o Oscar este ano (mas não merecia mesmo), aqui mergulha no papel de forma convincente, o que filme ressente é ausência de uma figura carismática como era Rutger Hauer e não tem substitutos, nem mesmo o premiado com o Oscar, Jared Leto, até porque a trama deixou de ser apenas localizada numa metrópole local para se tornar basicamente uma grande aventura espacial repleta de tecnologia e cenas de ação. E mulheres belas e marcantes (que vão desde Robin Wright, de quem não sabemos que lado está, a vingativa e cruel Luv, Sylvia Hoeks).

Mas também não é uma aventurazinha qualquer. Como já acentuei, tudo no filme envolve e emociona, criando um universo fascinante e único (que evoluiu muito do original). É possível que alguns podem achar a narrativa longa. Para mim porém foi uma “trip” fascinante!