Crítica sobre o filme "Rock n´Roll Por Trás da Fama":

Rubens Ewald Filho
Rock n´Roll Por Trás da Fama Por Rubens Ewald Filho
| Data: 03/10/2017

Com estreia quase simultânea com a França, este é um filme estranho mais do que comédia, uma autocelebração das dificuldades e paranoias de ser ator e manter uma carreira de sucesso diante das pressões da imprensa e a inevitável velhice. O curioso é que seria um retrato mais que autobiográfico, uma auto paródia do que vem a ser o casal mais famoso da França no momento, o ator e diretor Canet e sua parceira Marion Cotillard, vencedora do Oscar e que também faz carreira em Hollywood. Eles têm um filho como conta o filme, mas também um novo rebento posterior. Ou seja, não é bem a verdade que eles revelam, mas uma sátira o que seria ter 43 anos e querer continuar a ser famoso, querido, admirado pelos jovens.

Tudo começa quando uma jovem atriz diz que ele já não tem rock n´roll nas veias! O que leva a uma série de desmandos, mas também a buscar conselhos com o Elvis Francês, Johnny Halliday amigo pessoal do ator. De certa maneira ele neutraliza a figura da esposa atriz e compreensiva, a adorável Marion, mas que por outro lado vai fazer um filme no Canadá (fato real) e fica obcecada em aprender o linguajar /sotaque do Canadá Francês de tal forma que tudo o mais vira secundário! Enquanto ele vai pirando aos poucos, inventando não apenas cenas e sotaques, mas também resolve experimentar drogas, inventar cenas inesperadas e por fim usar maquiagem que o vai deixando deformado!

Engraçado que esse tipo de auto sátira ou brincadeira, que tenta mostrar como sofre o pobre astro de cinema, ou do show business, é uma tradição do cinema e teatro, visto recentemente com Adam Sandler. Pobre menino rico que não sabe o que fazer da vida e do sucesso. Acho difícil se identificar com um personagem desses todo egocêntrico e ainda por cima pedir para a gente, o espectador rir, se divertir e se identificar com ele. O curioso é que as críticas francesas que andei lendo são muito favoráveis, mas não foi o que senti na versão brasileira, que resulta desagradável e pouco engraçada. Melhor dizendo é uma questão de gosto pessoal, ser capaz de achar graça no delírio do que no fundo é apenas uma ego trip.