Crítica sobre o filme "Castelo de Vidro, O":

Rubens Ewald Filho
Castelo de Vidro, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 25/09/2017

Não pude assistir antes este drama americano que me parece ter chance para indicações aos prêmios, até mesmo o Oscar para Naomi Watts (que tem colecionado bons momentos nos filmes mais variados e aqui faz uma mãe que não sabe criar os filhos e se dedica a pintura) e principalmente Woody Harrelson que faz tempo tem também acumulado diversas indicações (foi indicado por O Mensageiro em 09 e O Povo contra Larry Flynt, ainda em 96). E neste ano brilhou em Planeta dos Macacos a Guerra, a comédia dramática Wilson, Lost in London, que ele mesmo dirigiu e não passou aqui (17) e sem dúvida esta interpretação difícil e complicada, muito desagradável. Ah, tem ainda outro trabalho bem falado, Three Billboards Outside Ebbing Missouri (do inglês Martin Mognah).

O diretor Cretton (1978-) é havaiano, não é conhecido aqui por dois longas que realizou (Temporário 12, 13, que era com Brie Larson) e I´Am not a Hipster (12). Mas foi muito premiado em muitos Festivais pequenos e mais famosos como Los Angeles, Nantucket, 2 prêmios por Locarno, Georgia, Hamburgo, San Diego, Savannah, Seattle, Sundance. Destaque especiais para os curtas: Short Term, 12, Deacon´s Mondays, o documentário Drakmar. Mas o filme não rendeu nas bilheterias o esperado (não ultrapassou os nove milhões de dólares de renda, o que na verdade não é pouco para um filme tão dramático e difícil). Jennifer Lawrence esteve durante algum tempo contratada para este projeto. Assim como Mark Ruffalo e Claire Danes.

Acho que a temática é muito indigesta para o espectador comum, que certamente irá se identificar com esta história real, sobre uma família de nômades que vivem dispersos do mundo, fugindo do governo, sem frequentar a escola e seguindo as regras descontroladas do pai que vai se revelando a cada momento mais alcoólatra, mais violento e absurdo. A história é narrada pela filha mais velha, Jeanette (Brie Larson, vencedora do Oscar do ano passado, mas que até agora ainda não me convenceu, como aqui onde é sempre arrumadinha e cheia de posturas demais). Não é fácil se acompanhar os conflitos (a moça estuda e consegue fazer carreira bem-sucedida e vai casar com rapaz rico de boa família) embora o final tente ser positivo, inclusive alguns sobreviventes. O título se refere a um sonho do pai das crianças que gostaria de construir esse castelo de vidro. Muitos admiradores do livro acham que o filme romanceou e tornou tudo mais doce do que a realidade. Mas de qualquer não é uma história fácil de se consumir.