Crítica sobre o filme "Até Nunca Mais":

Rubens Ewald Filho
Até Nunca Mais Por Rubens Ewald Filho
| Data: 08/09/2017

O diretor francês Benoit Jacquot é um dos mais respeitados e polêmicos do cinema francês atual, ainda que tenha uma carreira irregular, misturando gêneros, sucessos e filmes menos bem-sucedidos. São mais de 48 créditos e diversas visitas ao Brasil para mostrar seus trabalhos (indicações em Berlim por Adeus, Minha Rainha, O Diário de uma Camareira) e em Cannes por Escola da Carne, com Isabelle Huppert, À Tout de Suite, o documentário Gentleman Rissient). O mais recente é novamente com Huppert, é uma refilmagem de Eva, que foi feito com Jeanne Moreau. Este aqui não por acaso foi o filme de encerramento do Festival de Veneza, tão importante quanto Cannes, com uma adaptação do escritor DeLillo que tem uma fama de complexidade e inteligência psicológica. Ou seja, fiquem sabendo que se trata de um filme difícil de entender e assistir. O título original é The Body Artist a história de identidades duplas, espelhos e semelhanças, fixada na figura feminina uma modelo de nudez que está envolvida com um ator famoso (o Almaric, conhecido O Escafandro e a Borboleta e 007 Quantum de Solace) que morre num acidente de moto. O amor se complica numa história fantasmagórica e por vezes hermética. Quando ela recita frases que um e outro disseram quando em vida. Seria a ausência de uma angústia, mas que escapam da narrativa tradicional. A tal ponto que mesmo os críticos franceses reclamaram da obscuridade do filme. Fiquem avisados: este é só para quem admira sem restrições, o cinema francês.