Somente para garotos, duvido muito que meninas como regra geral irão vibrar e torcer por esta animação tecnicamente impecável (e que deve novamente render muito dinheiro com brinquedos de carrinhos) mas é basicamente um resumo de programas de corridas na televisão norte-americana, ou seja, vem de outro mundo ainda bem distante do nosso. Mas que tem um visual muito fotogênico e uma narrativa rápida e eletrizante.
Este foi o primeiro filme dirigido por Brian Fee que havia trabalhado nos dois “Carros” anteriores como storyboard artist, assim como Ratatouille, Wall E, Mulan 2. Custou 173 milhões de dólares e rendeu 101 em duas semanas. Sem o esperado senso de humor (muito raro aqui), o roteiro traz o carro de corrida Lightning McQueen que vai competir no World Grand Prix. Mas ele é considerado velho e superado e apesar de seus esforços acaba vendo vencido por um novo e espetacular carrão. Apesar de ser uma lenda viva, o herói quer tentar um novo começo, o que pretende conseguir com a ajuda dos antigos sponsors e uma nova amiga. Mas o lance maior é que há um plano secreto liderado por um gênio misterioso e sua gang de criminosos, que ameaça acabar com a vida de todos os competidores.
Nem todos da crítica americana gostaram do filme. Teve gente que achou o filme previsível, os personagens se comportando de forma elementar e rotineira. Ou seja, não tem aqueles toques originais que são já hábitos da Pixar. Talvez porque a história é fixada demais apenas em McQueen e não em seus companheiros que ficam num segundo plano. Tudo se resumindo numa questão de merchandising. Os coadjuvantes aqui são mal desenvolvidos e sem grandes oportunidades. Fica então tudo em cima da qualidade do visual, o lado gráfico, embora também haja reclamações para a trilha musical sem novidades (um detalhe, há cena após os créditos como virou moda). Antes do filme como é de habito na Pixar, há um curta metragem que certamente irá concorrer depois ao Oscar, Lou, que todos acharam doce e charmoso.
O New York times confirmou que o filme não traz novidade para quem já se acostumou com carros falantes e não especialmente interessantes. Mas uma coisa charmosa é usar o falecido Paul Newman em flashbacks de filmes passados como Doc Hudson e a presença de alguns recém-chegados como Armie Hammer, Nathan Fillion e Cristela Alonzo. De tudo isso, mesmo sem ser obra prima, resta a qualidade excepcional de certas cenas (como a corrida na praia, o tema sempre atual de jovem versus velhice, e para que negar, os milhões de dólares que irão gastar nos brinquedos).