Crítica sobre o filme "Círculo, O":

Rubens Ewald Filho
Círculo, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 22/06/2017

O cinema tem coisas curiosas. Por exemplo este filme custou 18 milhões de dólares e acabou rendendo 20, o que seria considerado um fracasso ainda mais porque é estrelado pelo muito querido (ainda hoje)Tom Hanks e a inglesa Emma Watson praticamente no mesmo momento em que ela estourava no mundo inteiro com A Bela e a Fera. Ou seja, ninguém garante sucesso hoje em dia! Os que forem cheios de preconceitos e medos devem observar que houve muito recentemente a morte de dois bons atores do elenco deste filme (Bill Paxton em 21 de fevereiro, aos 61 anos ele faz Vinnie e Gleanne Headley, menos famosa mas atriz competente, era Bonnie Holand, mulher de Vinnie na história e morreu aos 62 anos, em 8 de junho. O filme é dedicado a ele). Curiosamente este filme, rodado no Emirado Árabes Unidos, foi feito também pelo mesmo autor desta história, Dave Eggers, e foi quem escreveu para Tom Hanks uma sátira aos árabes que seria capaz de provocar um ISIS sozinho caso eles tivessem se dado ao trabalho de ver aquele filme. Foi também feito em Pasadena. Um detalhe: o filme fica entre a sátira e o thriller. Também é bem curioso que o filme foi intensamente rejeitado pelo público (na pesquisa chamada Cinemascope teve a nota menor) e quando terminaram a gravação, 4 meses antes da estréia, tentaram tornar o personagem de Emma mais simpático mas acabou sucedendo justamente o oposto, se tornou ainda mais rejeitada. Por curiosidade, o livro original de 2013 já na adaptação também foi reescrito, Mae (Emma) que é fanática crente nos mantras e objetivos do Círculo, SPOILER, trai Ty na sua tentativa de acabar com a Companhia.

A história sucede quando Mae é contratada para trabalhar na companhia de mídia social maior e mais poderosa do mundo, que ela vê como uma oportunidade única na vida. Enquanto vai subindo de oposto, é encorajada pelo fundador da empresa Eamon Bailey, a entrar também numa experiência inaudita que pode estar desafiando as regras da privacidade, ética e liberdade pessoal. E também afeta a vida e o futuro dos amigos, família e por que não da Humanidade!

O jornal New York Times ainda o mais importante da América lembrou que desde 1995, quando fizeram A Rede, chamado de cyberthriller, já queriam mostrar os perigos da Internet mas este aqui é um mais ambiciosos ao tentar revelar o que realmente pretenderiam com o chamado O Círculo (The Circle) que tem o tamanho de um olho. Parece interessante? Pois não vá se alegrando, porque todo mundo que viu o filme achou todas as teorias confusas e incoerentes, a não ser por uns 15 minutos no meio onde se satirizam os pros e contra da vida social virtual. Ainda mais prejudicado pelos maus diálogos, más interpretações (a crítica americana não foi nada parcial com Miss Watson) que inclui o garoto de Boyhood de Richard Linklater (um daqueles filmes ruins que foi endeusado por críticos malucos, como Ellar Coltrane).

Gostei porém da Emma Watson, que segura um papel difícil, simpática, humana. Não é sua culpa que a trama seja ambiciosa demais queira denunciar não apenas alguns problemas (e a mídia social) e a manipulação do povo por uma variedade de governos e vigaristas de luxo.

De modo que nunca chega a fazer sentido ou provocar uma maior intensidade, do tipo de fazer alguém se levantar e dizer. Abaixo os falsos democratas, abaixo os fascistas e ladrões, todos tem o direito de serem livres e terem sua própria existência como desejarem. O que é muito bonito mas simplesmente não sucede porque o  final é por demais abrupto e o mundo atual em que se esta vivendo é muito pior do que o filme retrata e a televisão registra a cada momento. O que poderia ser uma poderosa denuncia se desgasta e nunca convence.