Crítica sobre o filme "Garota Ocidental - Entre o Coração e a Tradição, A":

Rubens Ewald Filho
Garota Ocidental - Entre o Coração e a Tradição, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 22/06/2017

O diretor é belga e seus dois trabalhos anteriores não passaram aqui. Este filme teve indicações em Istambul e Rotterdam, foi bem recebido no Canadá, em Toronto e no Festival de Roma. Realmente o titulo nacional é risível e deve se tornar um problema para se levar a sério este drama europeu que não chegou a ter grande repercussão internacional nem é especialmente original em sua trama dramática que denuncia outra jovem árabe Zahira de 18 anos vivendo na Bélgica que é obrigada a obedecer sua família paquistanesa extremamente conservadora quando é obrigado a se casar com um parente distante. Daí o evidente conflito. Seus hábitos são ocidentais e ela procura a ajuda do irmão e confidente Amir. Já na sua primeira grande aparição ela discute com um médico sobre um possível aborto. Streker não perde tempo já colocando a heroína - a atraente Lina - brigando com médicos e enfrentando repressão até o que é um final de certa maneira inesperado. Uma recomendação no elenco, com a presença do sempre eficiente ator belga Olivier Gourmet, revelado nos filmes dos Irmãos Dardenne (e que faz André) e de outro ator árabe agora famoso que é Babak Karimi que estrelou os sucessos A Separação, O Passado, O Voto é Secreto, O Apartamento e que curiosamente também é montador.

Zahira (Lina) tem a opção de escolher entre três candidatos, mas do tradicional Paquistão. Ela rejeita um possível candidato (Harmandeep Palminder que fez o drama Young Tigre) porque esta interessada num mecânico local (Zacharie Chasseaiud). Com orçamento modesto (basicamente no apartamento da moça e na loja do pai) que sem dúvida aumenta a opressão. O fato que esse pai orgulhoso tenta ser compreensivo na medida do possível e das crenças. De qualquer forma, o filme foi inspirado em fatos reais, em especial as sequências finais com Zahira.