Terror inglês dirigido por um norueguês Andre Overdal que resolveu abordar o gênero quando assistiu Invocação do Mal (13). Ele fez alguns filmes (Future Murder, 2000, alguns curtas, mas o único que foi exportado se chama O Caçador de Troll, 10). A maior atração do filme é a presença de dois bons atores, o ainda jovem Emile Hirch (que depois de ter estrelado muito bem Na Natureza Selvagem/Into the Wild, 07), mas que se perdeu com problemas de drogas. O outro grande ator é o britânico Brian Cox, da série Bourne, premiado com o Emmy por Nuremberg, excelente num filme pouco conhecido chamado L.I.E. (01).
É bom para o espectador brasileiro saber o que é Jane Doe (no título original) que seria o nome dado a pessoas desconhecidas perdidas ou envolvidas em crime, algo como Zé Ninguém, ou coisa que o valha. O filme começa de forma até delicada, mostrando uma casa de classe média do interior americano, com a policial fotografando o lugar de um crime, com a casa ensanguentada. Mas provoca mais surpresa quando aparece num buraco na terra (não se explica porque dessa forma) o corpo de uma bela jovem nua (lembra um pouco Angelina Jolie), que levará o apelido. Os dois médicos que estão investigando o caso são justamente a dupla central do filme, o velho e o jovem. Afinal de contas pai e filho (eles fazem referencia logo ao filme Notebook!). E um susto simplesinho, mas que espanta...
Logo o velho pai atende pedido da namorada do filho que tem curiosidade de ver algum corpo de falecido. Não chegam a descobrir um corpo porque logo chega o policial que pede urgência na autopsia de Jane Doe. O velho descreve tudo num gravador para tornar a situação mais clara e didática. E estranha a partir de seus olhos azulados... Suponho quem assistiu as séries de TV do gênero não terá nada de muito novo. Afinal, tudo aqui é situado num único set (onde se faz o exame), mas o difícil de suportar são os detalhes com que acompanhamos o exame clinico só para quem tem estômago forte e suporta detalhes (ao mesmo tempo o rádio vai enlouquecendo com canções e anúncios de tempestade)...
Por volta dos cinquenta minutos (uma das coisas boas de filmes de terror é que são curtos) a dupla de pai e filho chegam a conclusão que a falecida é a culpada pelas explosões e loucuras que vão acontecendo... Ocorrem mortos, delírios, incêndios, explosões todos causados pelo que é fácil de prever. Mas o fato de ser rápido e direto, de criar certo clima e até assustar bastante (menos pelos truques da trama do que pelo horror de se ver corpos serem manipulados) tornam o filme aceitável. Se você tiver estômago. Eu lamento o desperdício da boa dupla que parece evidente, estão em fase ruim de vida e de grana.