Crítica sobre o filme "Poderoso Chefinho, O":

Rubens Ewald Filho
Poderoso Chefinho, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 29/03/2017

Não devem lembrar do nome, mas o diretor Tom McGrath tem uma carreira bem sucedida na animação, em geral codirigindo sucessos como Madagascar 3: Os Procurados, 12, Megamente, 10, Madagascar 2: A Grande Escapada, 08, e o primeiro Madagascar, 05. Curiosamente a julgar pelo trailer, grande parte dos jovens consideraram o novo filme muito parecido com outra comédia, mas com atores, chamada O Pequenino (Little Man, 06), da família Wayans, Keenen Ivory como diretor e com Marlon Wayans, como astro. É sobre um anão que é ladrão de joias que vai viver com um casal que desejava ter filhos e pensam que ele é uma criança. O truque era colocar digitalmente a cara de Shawn no corpo de um anão ou criança forte que serve de dublê. Mas desagradou tanto que foi indicado a vários prêmios Frambroesas. Depois ainda por cima foi descoberto que era refilmagem disfarçada de um desenho do Pernalonga, Baby Buggy Bunnie, 54.

O começo do filme é bem divertido quando ficamos conhecendo o protagonista, um bebê carequinha e genial, que chega a casa de uma família que mal reage de tão espantada fica, já que manda em tudo, principalmente no irmão mais velho. Claro que usa terninho e maleta, mas eventualmente convoca seu irmão de sete anos para interromperem um projeto de um CEO da Puppy Co. Apesar de provocar essa simpatia inicial, basta começar a pensar um pouco para entender o problema. A questão é que coisas como CEO e Companhias não fazem parte do universo de uma criança pequena nem grandinha. Por mais que façam piadinhas visuais, até para alguns adultos elas podem ser incompreensíveis.

O irmão Tim de sete anos foi muito bem tratado pelos pais, que o levaram em aventuras e o mimaram. Agora com a chegada de Boss Baby começa a missão secreta contra o Chefão da firma que deseja roubar todo o amor de bebês (que ficarão obsoletos). Como os pais trabalham para a mesma companhia, eventualmente vão a Las Vegas para uma convenção e ocasionalmente tratam displicência as crianças.

Para piorar um pouco há varias piadas sobre gases, fraldas e coisas do gênero. Ainda que não para seu herói que está sempre arrumadinho e metido. O filme, ou seja, a animação e seus truques e piadas me pareceram acima da mentalidade infantil, mas como aconteceu de ver o filme uma segunda vez, acabei mudando de ideia por varias razoes: 1) o colorido alegre e divertido; 2) o uso de trilha famosas de filmes de ação ou clássicos românticos como What the World Needs Now de Bacharach e até do Blackbird dos Beatles; 3) o ritmo narrativo intenso e inesperado, bom de se assistir; 4) a curiosa figura do bebê que também pode ser o vilão ou ao menos o herói executivo CEO da Grande Empresa mas a verdade é que o irmão mais velho não fica atrás (não foi a toa que o filme da hoje praticamente falida Dreamworks associada a Fox), custo de 125 milhões de dólares e renda de mais de 175 milhões).

A versão original em inglês é ainda mais divertida porque a voz do baby é de Alec Baldwin, mais Tobey McGuire, Jimmy Kimmel, Lisa Kudrow. E logicamente deverá ter em breve uma continuação. Pois sem dúvida é muito divertido e encantador. E ainda tem duas ceninhas simpáticas no meio dos letreiros finais.