Crítica sobre o filme "Fragmentado":

Rubens Ewald Filho
Fragmentado Por Rubens Ewald Filho
| Data: 22/03/2017

Custou a acontecer, mas finalmente Shyamalan está dando a volta por cima com este novo suspense que faz sucesso lá fora e deve funcionar também aqui. Vocês se lembram do êxito que teve, chegando a ser indicado ao Oscar, com O Sexto Sentido, 99. Tanto que isso lhe subiu a cabeça, seguindo-se filmes do gênero que foram se tornando progressivamente ruins. Teve o interessante Corpo Fechado, 2000 - que tem referencia aqui -, o absurdo Sinais, 02, o irregular A Vila, 04, o absurdo A Dama na Água, 06, e os desastrosos Fim dos Tempos, O Mestre do Ar, 10, e o fraco Depois da Terra, 13. Dali em diante, só fez produções menores (A Visita, 15, Demônio, 10, aquele do elevador que era muito Classe B).

Parece que ele baixou ao menos parte de seu ego (embora continue a fazer uma ponta como ator), e conseguiu um thriller de suspense, muito ajudado pela escolha do ator britânico McAvoy (já tinha visto um trabalho semelhante dele num filme inédito aqui chamado Filth). Ele é muito bom como demonstrou nos X Men, O Procurado, A Última Estação e meu favorito Desejo e Reparação. E tem um papel digno de dar show. Num personagem que se divide ao menos em diversos outros fazendo então Dennis / Patricia / Hedwig/ THe Beast/ Kevin Wendell Crumb / Barry / Orwell / Jade.

Em filmes como este não é bom entrar muito em detalhes ou revelar um final curioso e que apenas os fãs saberão saborear direito. São três garotas muito jovens, que têm a infelicidade de serem sequestradas por um homem que vive numa lugar completamente escondido e que as sequestra deixando-as prisioneiras. O grande problema é que ele foi diagnosticado com 23 diferentes personalidades, e agora está prestes a surgir mais uma, a vigésima quarta! Como será possível fazer isso? Esta é a graça do jogo que custou 9 milhões de dólares e passou de 134 milhões de renda (o diretor veio ao Brasil promover o filme). Fãs do gênero: vale a pena assistir.