Crítica sobre o filme "Cowboys, Os":

Rubens Ewald Filho
Cowboys, Os Por Rubens Ewald Filho
| Data: 15/03/2017

Um estranho e diferente filme belga, com titulo irônico, estrelado por comediante célebre por lá, Damiens, que estrelou sucessos como A Familia Bélier, Novíssimo Testamento. Começou na televisão fazendo um programa de câmera escondida e hoje é muito famoso. Também o diretor estreante é importante como roteirista de sucessos como O Profeta, Deephan, Ferrugem e Osso. Além disso, o filme foi selecionado pela Quinzena dos Realizadores e depois disso foi indicado a 4 Césars por musical original, ator estreante, diretor estreante e ator principal (Damiens).

Ou seja, não é muito comercial, mas é bem interessante começando pelo protagonista Damiens que tem uma grande figura (com um metro e noventa e dois) e faz o papel de Alain, um famoso cantor de música country que se apresenta cantando em shows pelo interior leste da França e semelhantes. Ele, Alain, sua mulher e seus dois filhos, vivem nessa região até que Kelly, uma das filhas, desaparece misteriosamente. Mais tarde escreve dizendo que não a procurem. Mas aparecem cartas escritas em árabes que demonstram que a garota se tornou uma djihadista. Com o filho Kid, eles tentam reencontrá-la numa viagem pelo oriente (Paquistão/Índia etc.). Só que na metade do filme tem um momento muito forte e trágico.

O curioso também nesta história onde o título naturalmente é mais alegórico que verdadeiro é que ela se diz inspirada num dos grandes westerns de John Ford, Rastros de Ódio. Aquele em que John Wayne e seu sobrinho, no caso Jeffrey Hunter, saiam à procura da irmã mais nova sequestrada pelos índios.

Só que tem uma leitura atual, muito séria e tocante (negando totalmente o jeito de comediante do protagonista). Uma direção sombria e discreta, que não impede que o filme seja forte e mesmo emocionante. Vale a pena conhecer.