Crítica sobre o filme "Personal Shopper":

Rubens Ewald Filho
Personal Shopper Por Rubens Ewald Filho
| Data: 13/03/2017

Nunca pensei que um dia fosse escrever uma crítica elogiando intensamente a interpretação de Kristen Stewart, que malhei com frequência durante toda a série Crepúsculo. No entanto, para total surpresa e mantendo seu tipo misterioso e sombrio ela esta ótima neste novo filme chamado Personal Shopper. É verdade que também havia se saído igualmente bem num filme anterior do mesmo diretor, Olivier Assayas, Acima das Nuvens, 14, pelo qual foi a primeira norte-americana a ser premiada (não pela carreira) com o premio César, o Oscar francês.

Parece que este projeto surgiu às pressas quando um outro filme foi cancelado e o diretor resolveu inventar esta história e chamou Kristen. A pressa deu certo tanto que o filme causou polêmica, tendo sido vaiado em Cannes num primeiro momento mas depois ganhou o prêmio de melhor diretor. Por sinal, muito justo, este veterano nunca esteve tanto em domínio da linguagem cinematográfica, partindo para uma narrativa original, um roteiro criativo e principalmente uma trama inquieta e surpreendente que mistura diversas temáticas.A mais obvia é justamente o título do filme, ao menos nunca tinha visto um filme onde a heroína é uma assistente de uma modelo famosa e chata que trabalha como assistente, ou seja, ela vai buscar as roupas que a própria irá usar em fotos e desfiles participando também da escolha do figurino (mas não pode usá-lo porque a modelo esta longe de ser simpática ou amiga). Apesar disso, essa seria a trama secundaria já que a mais importante é sobre o fato de que a moça, Maureen Cartwright (Kristen), é uma médium e ainda esta abalada pela morte de seu irmão que também tinha esse poder ou característica. Tanto que esta ajudando uma amiga a expulsar um espírito que esta numa casa antiga que pensa em alugar. Essa capacidade para ela ainda inquietante e incerta acaba sendo na verdade a trama mais importante do filme, que vai se complicando, mas sempre mantendo a atenção (claro. é um filme francês e portanto mais lento e denso que o similar americano).

O fato é que Kristen mesmo conservando seu aspecto desligado e amuado, também se despe com naturalidade. Gosto especialmente do final do filme que não vou revelar. De qualquer forma interessa especialmente os que seguem o espiritismo.