Este é de longe o melhor filme da série com o personagem de Wolverine, aqui abreviado para Logan. Certamente o mais dramático, mais bem dirigido, sem perder o tom de aventura (com um toque de tragédia). É curioso como a marca da Marvel é tão forte que ao final da sessão (na quarta feira de cinzas, como parte da promoção do filme, não apenas a sessão estava lotada, como tinha muita garotada chorando ao final e oitenta por cento da sala ficou até o final. Na esperança de ter mais alguma ceninha como tem sido costume da produtora - pura frustração, pode ir embora logo no começo dos letreiros!). Ao menos se houve a canção Hurt, de Johnny Cash, que é amigo do diretor. Um detalhe: o nome Logan é uma referência a uma graphic novel de Mark Millar, Old Man Logan, como uma deliberada finalização do personagem oposto ao filme anterior.
A primeira impressão que se tem é que se deve muito ao diretor James Mangold que, afirma Hugh, recorreu menos aos efeitos visuais com o fundo verde ou CGI (ele também fez Garota, Interrompida, Johnny e June, Kate & Leopold, Cop Land, Os Indomáveis, Encontro Explosivo). E além disso foi um dos coroteiristas. É verdade que talvez Hugh Jackman faça caretas demais, se esforce em excesso para deixar muito claro que esta será sua última aventura como o protagonista e o perturbado mas simpático personagem. Foi ele quem insistiu em largar o personagem, alegando problemas com câncer na pele e a idade, mas no fundo tinha mesmo é medo de cansar o espectador (esta seria sua décima aparição como o personagem incluindo pontas e até fotografias). Mas a verdade é que o roteiro sabe equilibrar bem a figura quase anti heroica de Logan/Wolverine com o que poderia ser um clichê (Spoiler: a menina Laura, que seria sua filha, também foi submetida a experiências). E também a figura do venerável mestre Charles Xavier(Patrick Stewart ) é sempre a garantia da boa qualidade da empreitada (o resto do elenco também é interessante com o britânico Richard E. Grant de médico/cientista super vilão e outro surpreendente bandido que é o loiro Boyd Holbrook que foi um dos policiais da série Narcos). Outra grande figura é o humorista Stephen Merchant, que faz o mutante Caliban de maneira marcante (e seus possíveis fãs nunca o reconhecerão). Chega mesmo a ter sensibilidade de fazerem uma citação de um grande clássico do cinema faroeste, que vem a ser Os Brutos Também Amam (Shane), com Alan Ladd e Jack Palance dando uma lição de vida oportuna. Segundo o astro Jackman o filme também foi influenciado por O Lutador (The Wrestler, 2008), e o outro faroeste, Os Imperdoáveis (Unforgiven de Clint Eastwood, 92).
Um detalhe importante: o filme tem muita ação e se passa num futuro próximo! Mas o que me provocou estranheza é o fato de que as legendas desta vez tinham muitos palavrões o que antes era quase impossível de suceder (ainda mais em dublagem para português!). Dizem que é resultado do sucesso de Deadpool e que por isso o filme teve nos EUA a censura R (Restricted) para adultos.