Este é o quarto filme já dirigido por Ben Affleck e certamente o mais fraco deles. É baseado em livro de Dennis Léane, que foi também autor de Ilha do Medo com Leonardo di Caprio, que alias é um dos produtores do filme e também de Medo da Verdade, que foi a estreia na direção de Affleck - que agora por sinal esta começando a realização de um novo Batman como astro e diretor.
Este épico de gangster que se fixa principalmente na época da lei seca, embora comece em Boston, terra natal do astro (e foi muito rodado por lá), na verdade a ação vai se situar principalmente no sul dos EUA, na região de Tampa e a Flórida, o que é raramente mostrado. Ou seja, como os gângsters agiram por lá e o que é interessante como os racistas da Klu Klux Klan tentaram tomar o poder de tudo, inclusive de um grande cassino que estava sendo construído na região. É curioso como o filme, que é muito bem produzido - também em Savannah, Pasadena, utilizando número grande de figurantes, mulheres vestidas com roupas chiques da época, um elenco curioso que traz até como vilão maior um certo ator italiano veterano chamado Remo Girano.
Ou seja, a direção de arte é muito boa, mas faltou um roteiro mais conciso, mais forte e naturalmente é impossível tirar de Ben qualquer emoção, qualquer sentimento, embora tenham tentado criar um arco dramático para o moço, ou seja, ele é filho de um policial de Boston, Brendan Gleeson, que é apaixonado por uma mulher da vida, feita pela inglesa Sienna Miller, que costumeiramente nem consigo reconhecer.
Quando fica violento e bandido demais, o pai consegue salvar sua vida e ele vai para o sul dos EUA onde tem planos mais suaves para tratar com os latinos e negros e cubanos, e se apaixona finalmente por uma negra feita por Zoe Saldana. Há também uma presença feminina com a adolescente e bonitinha Elle Fanning, que tem aparição curta mas marcante quando forçada pelo pai, também gangster (o vencedor do Oscar Chris Cooper), resolve se tornar religiosa e filha de Deus, atrapalhando o futuro do cassino.
Vocês já sentiram pelo tempo de projeção e o próprio tamanho da critica que o filme de 65 milhões de dólares não está indo bem de bilheteria, porque obviamente é longo e difícil de seguir, e fica longe de se tornar um épico à la chefão, mas que também fosse romântico (pelo desenlace da história era a intenção).
Dizem nos EUA que os filmes que estreiam na temporada de janeiro e fevereiro e que nada tem a ver com o Oscar são considerados os piores de todo o ano, que são os meses em que os estúdios limpam sua prateleira. Bem capaz de estarem certos.