Crítica sobre o filme "Loving: Uma História de Amor":

Rubens Ewald Filho
Loving: Uma História de Amor Por Rubens Ewald Filho
| Data: 18/02/2017

Há algum tempo que está se criando uma falsa fama e qualidade em torno da obra deste diretor Nichols, aqui também roteirista, que começou com o pouco conhecido Separados pelo Sangue (Shotgun Series,07, o primeiro de uma série de trabalhos com o ator Michael Shannon que virou um de seus preferidos e este ano foi indicado como coadjuvante por causa de Animais Noturnos e parece evidente que ele em breve levara um Oscar para casa!). Depois Nicholas fez O Abrigo (Take Shelter, 11) novamente com Shannon (e os críticos entoaram loas!), Amor Bandido (Mud, 12), mais descartável com Matthew Mc Conaughey, Destino Especial (Midnight Special, 16, novamente com Shannon e agora Joel Edgerton deste filme atual.

Uma pena que este novo trabalho tenha sido um enorme fracasso de bilheteria (não conseguiu chegar ate agora em 8 milhões de renda quando custou 9! Foi tão mal que é o único longa importante que nem estreou aqui para o Oscar. Simplesmente por causa de seu roteiro inócuo, direção distanciada e elenco passivo. Lamentável porque a história é ótima e verdadeira, e um dia ainda pode virar um grande filme. Conta-se a história real de Richard e Mildred Loving, um casal interracial que se ama, ele é negra, ele loiro que desafia o governo quando se casa, embora fosse proibido por lei um casal de raças diferentes! Imagina o absurdo e quanta coisa poderíamos discutir caso o filme não fosse tão passivo e destacar Ruth Negga não tivesse sido tão errado.O caso de 1924 só foi modificado pela Corte Suprema americana em 67 dizendo que essa decisão era anticonstitucional. Um pouco tarde não? Ridiculamente tarde... Enfim, o filme fica pior porque ele é baseado num documentário que abordava o assunto com mais precisão e coragem (se chama The Loving Story, 11) de Nancy Buirski.

Essa moça nasceu na Etiópia e tem um lado diferente, que precisa ser bem trabalhado. Já esteve em alguns filmes de qualidade discutível, o bom Guerra Mundial Z, o esquisito e recente Warcraft (que fez sucesso no Oriente e China em particular, na delirante série de TV The Preacher, série de TV dos Agentes da Shield). Seu exotismo poderia render mais do que esta errada indicação de melhor atriz. Pior está o australiano Joel e Nicholas, não é a pessoa indicada para este tipo de dramaturgia.