Crítica sobre o filme "Beleza Oculta":

Rubens Ewald Filho
Beleza Oculta Por Rubens Ewald Filho
| Data: 08/02/2017

Foi reunido um super elenco num filme que se pretendia sensível e original para ser estreado justamente quando todo mundo, ao menos em tese, está mais aberto e menos egoísta. Ou seja, na curta temporada de Natal. Foi assim que surgiu este super elenco, com história criada por um certo Allan Loeb (o ainda inédito O Espaço Entre Nós, Esposa de Mentirinha, Coincidências do Amor, nada muito memorável!) e um diretor que costuma acertar David Frankel (o diabo veste Prada, Marley e eu). Com uma turma de primeira, alguém pode explicar porque foi o tremendo fracasso em toda parte (um orçamento relativamente barato de 36 milhões não rendeu nos EUA mais de 30!)?

A explicação parece simples, o público odiou o filme. Não curtiu o lado fantasia, nem sua frequente relação com a morte, nem a trama relativamente complicada. Nem sua relação o salvou. Pode ser verdade que Will Smith esteja passando por uma fase difícil de ator e tem sido rejeitado em quase tudo que apareceu. E de cara fechada, sofrendo porque perdeu uma filha pequena há dois, nada disso ajuda. Fica difícil aceitar a resolução dos seus três amigos, parceiros de empresa, que decidem fazer alguma coisa para tirá-lo do buraco. No caso, Edward Norton (que no final das contas é mesmo um ator que se repete e não se humaniza, teve momentos que achei que ele imitava Donald O´Connor). Seguido pelo ator mexicano do momento, que finalmente virou protagonista, o neutro Michael Peña, e a ainda as intocáveis Helen Mirren e Kate Winslet. Estão são os amigos que inventam uma trama nada verossímil, contratam três atores maus de vida (Helen, Keira Knightley, e ainda o jovem e pouco conhecido Jacob Latimore). Eles são pagos para fingirem que são a morte e dessa maneira tira-lo da depressão e assim salvar a empresa!!!

Pois é, é nisso que temos que acreditar num elenco onde só a veterana Mirren mantém a vida e onde a conclusão se precipita num final nada verossímil. Parece incrível que na hora da produção ninguém tenha lido e dito, mas esta história não funciona. Certamente haverá espectadores que vão se esforçar para acreditar na alegoria. Mas o espantoso é como recentemente Hollywood faz filmes em que nunca deveria sequer ter pensado.