Crítica sobre o filme "Horizonte Profundo - Desastre no Golfo":

Rubens Ewald Filho
Horizonte Profundo - Desastre no Golfo Por Rubens Ewald Filho
| Data: 08/11/2016

Prepare-se para uma surpresa. Este é um excepcional filme de ação, baseado em fatos reais, realizado com muita tensão, suspense, violência, reconstruindo com empenho e drama a história do maior incêndio e desastre já acontecido com os americanos provocando o lembrado despejo de petróleo no Golfo do México a partir de 20 de abril de 2010. Resumindo assim parece que estou exagerando, mas a verdade é que as inúmeras reportagens que foram feitas, denunciando inclusive o absurdo da contaminação em diversos lugares da America, não dão uma ideia nem distante do que foi a tragédia que miraculosamente não teve tantos mortos quando era previsto.

Acho que a surpreendente qualidade do filme se deve ao produtor Mark Wahlberg (sempre fraco como ator ele tem faro como produtor, com frequência escolhendo histórias de ação que dão certo) e a escolha que fez para chamar um ator de segundo plano na direção (Peter Berg) que foi treinando antes (fez entre outros, Battleship, o sucesso O Grande Herói com o mesmo Wahlberg, O Poder da Sedução em 83, que o revelou apenas como ator e mais como realizador Hancock, O Reino, Tudo pela Vitória, Bem Vindo à Selva). Berg aqui faz um trabalho impecável, inclusive como ator num papel pequeno. Para o filme foi construído especialmente um “oil rig” (plataforma de petróleo).

Não há dúvida que uma parte importante da trama é o fato para nos pouco revelado da culpa da firma que tinha a missão de cuidar do bom estado, segurança e qualidade geral do poço de petróleo (que foi construído em pleno oceano no que foi chamado Deepwater Horizon). Basta dizer da escolha perfeita do excelente John Malkovich, que sabe ser um vilão perfeito, a quem cabe o cinismo de negar a responsabilidade (e no final ainda sair do julgamento ileso!). Porque o filme logicamente adota o ponto de vista dos operários que morreram sem necessidade e dos que lutaram contra o incêndio e o desastre.

Tudo é narrado em relativo pouco tempo, muito enxuto (a repercussão entre as famílias fica praticamente só com a mulher de Mark na historia, que é feita por Kate Hudson, na vida real filha adotiva de Kurt Russell, outra figura respeitada que refaz sua carreira agora maduro. A outra mulher também é bem representada pela jovem latina de Chicago, Gina Rodriguez). É preciso ficar atento para se reconhecer o jovem galã teen Dylan O´Brien que hoje é idolatrado pelas fãs, mas que sofreu lamentável sofreu acidente grave ao rodar Maze Runner (a tal ponto que o filme foi suspenso e até agora não se tem uma informação muito claro sobre seu estado).

Num gênero difícil de acertar, este é um filme que me tocou e impressionou muito.