Crítica sobre o filme "Nosso Fiel Traidor":

Rubens Ewald Filho
Nosso Fiel Traidor Por Rubens Ewald Filho
| Data: 05/10/2016

Esta é a mais recente adaptação de um livro do mestre britânico do livro de espionagem John Le Carré, famoso desde O Espião que Veio do Frio (65) que mudou as regras do gênero e filmado com Richard Burton e Claire Bloom, seguido por Chamada para um Morto com James Mason (66), A Guerra no Espelho com Anthony Hopkins (69), A Garota do Tambor, 84, com Diane Keaton, A Casa da Rússia com Sean Connery (90), O Alfaiate do Panamá com Pierce Brosnan (91), A Murder of Quality, 91 (TV), de Gavin MIllar, O Jardineiro Fiel com Ralph Fiennes (2005), O Espião que Sabia Demais com Tom Hardy e Gary Oldman (2011), O Homem Mais Procurado com Phillip Seymour Hoffman e Rachel McAdams (2014), a minissérie The Night Manager, com Tom Hiddleston (2016) e este filme que não foi bem recebido pelo público americano,  não passou de 3 milhões de renda nos EUA e um total de 9 milhões e 600 mil de dólares contando o exterior.

Quem dirigiu foi a inglesa Susanna que realizou muitos telefilmes, a comédia juvenil Nanny McPhee e As Lições Mágicas (10), a minissérie Parade´s End, 12, episódios de Boardwalk Empire, Masters of Sex, mas teve duas indicações ao Emmy por episódios das séries Generation Kill e Jane Eyre. A trilha musical é do brasileiro Marcelo Zarvos e a fotografia de Anthony Dod Mantle (Rush, Quem Quer Ser um Milionário).

A fotografia é bonita, talvez até muito rebuscada (começa com uma bela imagem de um dançarino praticamente voando no ar) e a qualidade prossegue com um assassinato numa estrada coberta de neve e dali dá um pulo para Marrakesh, onde o herói o professor Peter e sua esposa negra Gail conhecem o russo Dima, que logo se revela um sujeito poderoso e violento, membro da máfia russa e que pede a Peter um favor: entregar aos ingleses um segredo já que o novo chefe da máfia, o Príncipe, quer matar ele e sua família. Uma visita a Paris, depois nos Alpes suíços, demonstra que os mafiosos estão atrás deles.

Meu primeiro choque foi descobrir que o outrora jovem Ewan já traz os sinais da idade, mas ainda age como se fosse um novato leviano e ingênuo. No final das contas, o personagem dele não é nem muito forte, nem marcante. Um pouco menos fraco é o de Demian Lewis, o inglês eu ficou conhecido pela série de TV Homeland. Depois é preciso se acostumar ao gênero, menos soturno do que o costume, mais para o Bond ou Missão Impossível. O papel mais forte é o do sueco Stellan, ótimo na série inglesa River. E no final há uma pequena ironia inesperada. Mas fora da qualidade da imagem.