Este é o mais recente trabalho do diretor italiano de maior prestígio nestas últimas décadas, desde que se consagrou com Cinema Paradiso. Os filmes seguintes foram irregulares, mas sempre foram muito profissionais e às vezes surpreendentes. Como este aqui, que é um velho projeto dele, onde volta a desenvolver sua veia romântica,numa história de amor indicada para mulheres de uma certa idade (o ritmo lento da narrativa já provoca isso). E muito auxiliada por uma trilha musical do veterano e genial Ennio Morricone (vencedor do último Oscar da categoria pelo filme de Tarantino Os 8 Odiados).
Quem esta bem é a russa Olga Kurilenko (de James Bond Quantum of Solace) em seu melhor papel nos últimos tempos. Ela faz a heroína que vive um romance muito intenso com um professor muito inteligente e rico, já de certa idade (Jeremy Irons). Mas de repente ele some e passa a lhe mandar mensagens por correspondência, o que eventualmente leva ao inevitável, ele realmente morreu, mas mantém um sistema complicado de comunicação. Feito parcialmente na Itália, outro tanto em Londres, o filme tem bobagens (a profissão da heroína é stunt woman, dublê de cenas perigosas e não tem a menor lógica ela passar por cenas quase suicidas junto com diretores grosseiros e cenas absurdas, nada daquilo sucederia numa filmagem de verdade). Ainda que absurdo o filme também exige uma paciência para curtir o romance antiquado mas fotogênico.