Por estranho que pareça são os filmes de terror que salvaram as bilheterias americanas no que foi uma infeliz temporada de fracassos (principalmente de blockbusters). Não apenas é um reboot ou volta à moda, simplesmente os jovens continuaram fieis ao gênero, que ao menos são despretensiosos e feitos para assustá-los nos fim de semana. Na história do cinema, ou ao menos do marketing, há um lugar especial para A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project, 99). Foi o primeiro filme que foi vendido através de rumores e sites da Internet, criando tamanho barulho que transformou uma fita nanica e quase amadora (custou 35 mil dólares e rendeu 130 milhões de dólares só nos EUA, de tal forma que seus dois diretores Daniel Myrick e Eduardo Sanchez desde então nunca mais fizeram nada, estavam ricos demais para isso). Seu maior feito: criaram a falsa mitologia da Bruxa de Blair, totalmente fictícia. Seguido pelo uso inteligente da câmera digital amadora para provocar terror.
Sinopse original: Em 21 de outubro, dois rapazes e uma moça estudantes de cinema vão para a Floresta Black Hills, no Estado de Maryland, para rodarem um documentário sobre uma lenda local, a Bruxa de Blair. Nunca mais se ouviu falar deles.
Não, a Bruxa não existe, é uma brilhante e pura fabricação da dupla de realizadores, que rodou o filme em vídeo digital caseiro e o promoveu intensamente pela Internet, criando a lenda de que tudo aquilo era verdade. Teriam também dirigido os atores de forma que eles não sabiam direito o que sucederia, com eles mesmos segurando a câmera (que balança que nem louca) e criando o clima apropriado para a improvisação (Heather tem a única cena mais forte, um monólogo que aliás serve de pôster ao filme). O sucesso foi tremendo e se tornou a fita a de maior renda em todos os tempos, em proporção ao mínimo de custo até então. Mas é basicamente um blefe, curto, insatisfatório, peca principalmente por ter um final precipitado e aberto (por isso, irritante). Uma prova de que hoje em dia importa menos o filme, do que a maneira que ele é promovido. E este foi inovador.
Este remake estreia nos cinemas americanos simultaneamente e já aviso que é um blefe, feito para americano rir de bobo. Nem por isso deixa de ter um lado histórico!