Crítica sobre o filme "Star Trek - Sem Fronteiras":

Rubens Ewald Filho
Star Trek - Sem Fronteiras Por Rubens Ewald Filho
| Data: 31/08/2016

Não sei se foi uma boa ideia atrasar o lançamento desta nova aventura de Star Trek (talvez sim, já que as Olimpíadas acabaram por atrair um grande público para a televisão). O filme teria custado 185 milhões de dólares, e até quando escrevo não ultrapassou 150 milhões de renda nos EUA e mais 84 milhões no exterior. Num primeiro momento teve boa reação da crítica que o achou uma despretensiosa aventura a moda antiga da série, mas sua renda mediana parece indicar um detalhe, ele não teve fãs o assistindo mais de uma vez de como era costume, em parte porque eles estão brigando com a CBS, dona da série, porque estes não estão ajudando na produção de um filme e propalado por fãs.

Houve também um acontecimento trágico que merecia ter tido maior repercussão que foi o acidente poucos dias antes da estreia do jovem russo Anton Yelchin (1989-2016), que era muito talentoso e fazia o personagem de Chekov de 2009 e morreu num atropelamento bizarro no quintal de sua própria casa em 19 de junho atingido por um Jeep Cherokee, que estava em ponto morto. O moço era muito competente mas mesmo assim não foi cultuado na imprensa como merecia (teve 65 créditos profissionais) e também não chega a se destacar no filme. Uma pena.

Na verdade, esta aventura é fácil de assistir, prende a atenção, mas é menos memorável que a anterior (Além da Escuridão, 13). Acho que já me acostumei com o galãzinho Chris Pine, que tem se esforçado em fazer tudo que é personagem para demonstrar sua versatilidade (até canta com Barbra Streisand em seu novo disco) e consegue ser casual e discreto mas ativo como o Capitão James Kirk, que junto com o Comandante Spock (Quinto, aliás o filme faz uma homenagem ao falecido Spock anterior, o lendário Leonard Nimoy). Enfim a trama é tradicional, quando a nave é atacada por um bandido de região distante, o Krall (apesar da maquiagem pesada, dá para perceber a qualidade do grande ator Idris Elba, que sustenta todo o drama e perseguição). Infelizmente Quinto está ficando cada vez menos expressivo e marcante.

Não há dúvida que há muita perseguição, explosões, efeitos especiais e a nave passa por mal bocados, até mesmo a total destruição. Não achei nenhum momento memorável, mas se assiste sem problemas. Importante: a direção deixou de ser do super valorizado J J Abrams, que fez um trabalho tão bom que foi chamado para assumir a saga Star Wars e foi substituído pelo também competente Justin Lin (chinês de Taiwan, famoso pela série Velozes e Furiosos de 3 a 6).