Crítica sobre o filme "Tartarugas Ninja - Fora das Sombras":

Rubens Ewald Filho
Tartarugas Ninja - Fora das Sombras Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/06/2016

Mais importante do que ser a continuação das Tartarugas Ninja, de 14 (ou o reboot da série anterior) é o fato de que o filme chega num momento em está acontecendo outra critica na indústria de Hollywood. Todos os filmes que são continuações (ou sequels, termo que não traduzo como sequência porque já existe esse adjetivo para identificar “uma porção de cenas num filme são chamadas de sequência”). Enfim, caiu a ficha finalmente e Hollywood percebeu que há limite para eles insistirem em fazer continuação de tudo que é filme de certo sucesso (até porque o capitulo 2 e assim por diante, sempre são mais caros porque tem que pagar mais para os atores e todos envolvidos). É impressionante a queda da bilheteria de filmes assim. Este aqui custou 135 milhões de dólares e não passou de 62 de renda nos EUA. Outros casos semelhantes de decepção: Alice Através do Espalho não passou dos 63 (170 milhões de custo), Vizinhos 2 (Neighbors 2) ficou nos 53, O Caçador e a Rainha do Gelo (The Huntsman: Winter´s War), isso para não se ir mais longe! O público parece querer novidade (a continuação pode ver depois na TV ou download). Ao menos mudaram aqui o diretor que é Dave Green que fez vários curtas, apenas um longa (Terra para Echo, 14) e episódios de Zombie Roadkill. E para nos apaziguar tem ao menos uma grande atriz, Laura Linney, como a Chief Vincent e uma beleza Megan Fox.

Neste filme, as Tartarugas continuam a viver nas sombras e ninguém sabe que foram eles que derrubaram o Shredder e Vernon é o acusado. April O´Neill investiga e fica sabendo de um cientista chamado Baxter Stockman que trabalha para Shredder e as Tartarugas chegam interceptá-lo. A situação se complica quando tentam tele-transportá-lo, mas ele vai parar noutra dimensão dominada por um guerreiro chamado Krang. Também transporta dois criminosos Rock Steady e Bebop que viram mutantes. E assim por diante. Há também a presença do famoso Stephen Amell, de Arrow/Arqueiro. Que aqui interpreta Casey Jones (que os fãs acham parecido com o antigo Oliver Queen). A cor dos heróis também muda aqui, ficando púrpura (em vez do verde habitual). Ou seja, há um esforço de retornar as origens, dos antigos TMNT, como eles se referem a série anterior e também o primeiro a mostrar Krang.

Já fui um espectador bem comportado de toda a série anterior e cheguei ao cúmulo de ver um show deles no Radio City Music Hall, em Nova York (repleto apenas de criancinhas vestidas de tartaruguinhas!). Lançados em quadrinhos em 1984, eles estiveram em As Tartarugas Ninjas (1990), As Tartarugas Ninja II - O Segredo do Ooze (1991), As Tartarugas Ninja III (1993), Mutant Turtles: Chôjin densetsu hen (1996, minissérie de TV),Tartarugas Ninja: A Próxima Mutação (1997, minissérie de TV), As Tartarugas Mutantes Ninja (2003, minissérie de TV), As Tartarugas Ninja - O Retorno (2007), Turtles Forever (2009) (Filme para TV).

Importante: os filmes recentes são produzidos pelo Michael Bay, que geralmente é odiado pelos fãs do gênero por causa de seus exageros em explosões e uso de CGI. Acredito que a série não termine por aqui, mas dá sinais de cansaço e exaustão.

Confesso que só fui ver o filme por uma razão muito patriótica, quando descobri que a direção de fotografia é de um jovem brasileiro, Lula Carvalho (conseguiu o trabalho por causa do sucesso de seus trabalhos em Narco, Tropa de Elite I e II, Robocop). Ele é filho do ilustre fotografo e diretor Walter Carvalho e sobrinho do documentarista muito querido Walter Carvalho. Mais um brasileiro que fura a barreira de Hollywood!