Não se engane, apesar do título este filme polonês não é exatamente uma história de terror. É mais um filme de arte, quase uma história de fantasma inspirada na velha lenda do folclore judaico o dybuk que se torna curiosa por causa de uma tragédia. O diretor Marcin Wronan (1973-2015) que se suicidou enforcado aos 43 anos, em Gydnia, Polônia, justamente quando estava apresentando este filme num Festival de Cinema (ele tinha feito antes vários telefilmes e dois longas, Moja Krew, 09, O Batismo, 10).
Não há explicações para seu ato, mas não há menor duvida que é um filme perturbado e perturbante, que foge das regras do mero terror. O protagonista Itay é Piotr, um rapaz que volta da Inglaterra para se casar com sua amada Zaneta, no interior rural. Lá apesar da chuva e do vento, eles vão ter uma grande festa de casamento com muita bebida e muita dança. Mas também surpresas, porque encontrarão o que parece ser um resto humano (só que não conta isso para ninguém). Mas aos poucos vai ficando cada vez mais estranho, inclusive tendo convulsões (a câmera é na mão e muito solta) e aos poucos vão descobrindo que o rapaz pode ter sido dominado pelo espírito de uma jovem que havia sumido da comunidade décadas antes. Com medo da reação, o pai dele procura esconder o fato, mas a situação vai ficando cada vez mais delirante. Ou seja, novamente nada de sustos ou truques do semelhante americano.
Não é novidade um filme que apresenta um casamento que provoca o pior nos convidados, mas aqui tudo é levado a sério (menos o final. Esquisito que já foi comparado com desenho animado). E infelizmente não funciona para fãs casuais do gênero.