Crítica sobre o filme "Casamento Grego 2":

Rubens Ewald Filho
Casamento Grego 2 Por Rubens Ewald Filho
| Data: 30/03/2016

Este é um caso muito especial que tem a ver com Superman vs Batman com quem competiu na bilheteria nos EUA. Ambos não foram bem recebidos pela crítica (no caso do Batman, o filme foi massacrado, mas isso não impediu que se tornasse um monstro de bilheteria superando na semana de estreia o recente Star Wars! Ou seja, o público vai ver o que gosta e esperava mesmo sabendo que não é grande coisa. Não dá a menor bola para o que diz a crítica...).

O primeiro casamento grego foi um fenômeno de bilheteria e público, que foi abraçado pelo publico norte-americano e depois também foi bem no resto do mundo (rendeu 369 milhões de dólares), curioso para saber do que se tratava muito ajudado pelo fato de que foi produzido pela Rita Wilson e seu marido Tom Hanks (foi ela quem descobriu o projeto e o acalentou, também foi ela quem patrocinou esta continuação que rendeu 17 milhões no último fim de semana, já que o público feminino voltou a prestigiá-lo (não acredito que haja relação mas Rita enfrenta neste momento a luta contra o câncer, ela tirou os dois seios). É curioso conferir também que os outros filmes, comédias escritas e estreladas por Nia foram mal de público (houve a série de TV de 2003, Connie e Carla, as Rainhas da Noite, 04, que até era legal), Eu Odeio o dia dos Namorados (09),Falando Grego (09), o inédito aqui Helicopter Mom (14).

Esta continuação foi dirigida pelo inglês Kirk Jones, que é lembrado pela excelente comédia A Fortuna de Ned, 98, Nanny McPhee, a Babá Encantada, com Emma Thompson, 05, a refilmagem infeliz de Estão Todos Bem, 09, e a comédia O Que Esperar Quando Você Está Esperando, 12, que tinha Rodrigo Santoro e Jennifer Lopes.

O primeiro problema é quando você assiste o trailer e não acha graça nenhuma, apesar de reunirem todo o antigo elenco com alguns acréscimos (como o boy band NSYNC Joey Fatone). E o filme acaba sendo mais um remake, uma releitura do original do que uma continuação e onde mesmo Nia fica em segundo plano porque a maior parte da ação agora é em cima da filha dela que vai se casar, papel de uma bela jovem Elena Kampouris (que faz Paris) de 17 anos que esta prestes a sair de casa para ir para a Faculdade. É personagem demais, situações excessivas e de a sensação já termos visto tudo isso antes. Mas como dizia o querido Chico Anysio as pessoas gostam de rir das piadas que já conhecem.

Na verdade, a trama central é porque os pais de Gia (ou seja, Toulas), Gus e Maria, que continuam a ser dono do restaurante grego de Chicago, descobrem que na verdade não são casados de verdade, porque o padre na Grécia nunca chegou a assinar os papeis do casamento 50 anos antes. Isso quer dizer que obviamente precisa acontecer um novo casamento grego! Logicamente Maria começa a questionar se quer ser uma esposa de novo!

Também não é preciso relembrar que o humor é escrachado, gritado, exagerado, quase no padrão das comédias brasileiras. Mas quase nunca tem maior impacto, nem quando um dos personagens se revela gay ou quando a própria Rita (que é de origem grega) aparece casada com o galã da TV também de família grega John Stamos (de Fuller House na Netflix!). A única que tem ainda certo impacto é a veterana estrela da Broadway, a comediante Andrea Martin que faz a tia Voula.

Conclusão: quem gosta do filme acha que é como visitar um monte de velhos amigos, e que a lógica é ver mais do mesmo, afinal foi isso que originalmente cativou sua atenção!