No Brasil tradicionalmente não dá certo com o público os filmes sobre “futebol americano” e nos últimos tempos Will Smith está indo mal de popularidade e bilheteria, nada ajudado por sua ausência do Oscar este ano (por pressão da mulher não compareceu a festa e nem foi indicado a prêmio como pretendia). O titulo nacional também não ajuda muito, um drama feito por diretor pouco conhecido, roteirista, pintor, jornalista, romancista. Ele fez em 2013 um drama que passou em branco por aqui saindo direto em home vídeo, JFK Uma História Não Contada (Parkland, que mostrava os bastidores do assassinato do presidente, sem especular nada, apenas mostrando fato). E já está fazendo um novo chamado Felt com Liam Neeson e Diane Lane. Fez ainda o roteiro do fraco O Mensageiro (14).
Inspirado em fatos reais, baseado em artigo da revista GQ Game Brain, denuncia ao que me parece ser a primeira vez no cinema, o abuso que sofrem os jogadores desse futebol que são com frequência atingidos na cabeça e por causa disso ficam com problemas graves no cérebro. Isso é um fato já comprovado e o filme tenta mostrar não apenas quem investigou o caso mas principalmente os dirigentes de grandes times que fazem todo o possível para encobrir os fatos e fingirem que não há consequências ruins.
Will Smith adquire um sotaque africano já que interpreta o patologista Dr. Benneth Omalu, emigrante radicado em Pittsburgh, que justamente por ser diferente (por ser negro e ter sotaque esquisito) tem ainda mais dificuldade em demonstrar que está correto chegando a ser perseguido. O filme lhe da um interesse romântico que é para amenizar as coisas (feita por uma mulata sul africana nascida em Londres chamada Gugu). O resultado é mediano e não chega a envolver ou emocionar, apesar das boas intenções. Para um orçamento de 35 milhões, não passou dos 34 de renda.