Crítica sobre o filme "História da Minha Morte":

Rubens Ewald Filho
História da Minha Morte Por Rubens Ewald Filho
| Data: 16/02/2016

Habitualmente quando o filme é muito ruim, ainda mais quando vendido como de “arte” eu calo a boca e não me manifesto. Em particular quando nacional. Mas este é um prazer que não posso negar aos verdadeiros admiradores de filmes autenticamente ruins! É preciso que ele conste da sua lista de abominações cometidas em nome da arte. E aos incautos, fazer desconfiar sempre de premiações, em geral elas são frutos de politicagem, cegueira ou simplesmente delírio coletivo.

Este filme falado em catalão, em co-produção da Espanha, Romênia, França e até ganhou premio Gaudi por figurino, e "Deus nos livre de Guarde", Leopardo de Ouro num dos festivais que até então tinha certo prestígio, o de Locarno. Mas palavras não fazem jus a um trabalho tão insuportável quanto este jogo de vaidade que podia ter sido feito no quintal de qualquer um, no caso um diretor aqui desconhecido que ate teve uma ideia curiosa, o que poderia suceder se o famoso Casanova já velho e decadente vivendo em decadente castelo (maneira de dizer...) no fim do século 18,em ambientes escuros (luz de vela ou natural) comendo romãs, seguido de momentos escatológicos. Tem um criado chamado Pompeu e outros figurantes, mas o filme deveria melhorar quando vai para os Carpatos, habitat do lendário Dracula (um nada convincente ou ameaçador Huertas).

Há algumas referencias eruditas, algum simbolismo, mas tudo é mostrado a passo de lesma que a principio até podem provocar riso. Depois o tédio com diálogos banais e ruins dito por atores quase sempre amadores (parece que este é o primeiro filme do diretor que teve diálogos escritos e não improvisados). Um deles, com o perdão da má palavra, um personagem diz que não consegue transformar merda em ouro. O que naturalmente é a melhor descrição do filme. Ah, esta frase final não é minha mas uma citação de um crítico europeu. Que me deu certo consolo, em não estar tão só. Fuja.