Crítica sobre o filme "Horas Decisivas":

Rubens Ewald Filho
Horas Decisivas Por Rubens Ewald Filho
| Data: 15/02/2016

Este é um equívoco da hoje tão bem sucedida Disney, ainda mais quando exibida em 3D. Eu o assisti numa pré-estréia americana numa sala onde só estava eu, ainda que num horário nobre. Interessei-me pela história que vi tantas vezes em chamadas, principalmente por que era mais outra história real. Mas esse é mais um dos problemas, já que ficamos sabendo pela divulgação que se trata de um momento de grande heroísmo quase inacreditável mas verdadeiro. Assim vemos o filme já sabendo quem vai sobreviver, trair, ou morrer! E isso estraga grande parte do clima.

A princípio me lembrou um pouco Mar em Fúria, com George Clooney (que era sobre tempestade no mar que ameaçava pescadores). Aqui a ação é ainda mais antiga. Em 1952, uma poderosa tempestade (no inverno quando a costa de Cape Cod está coberta de neve) agita os mares e ameaça um navio de carga que periga naufragar e acaba rachando no meio. Tem poucas horas para salvar sua tripulação (quem controla é Casey, modesto mas eficiente irmão de Ben Affleck) Ninguém na Guarda Costeira tem coragem de enfrentar a morte certa, a não ser um tímido e jovem Chris Pine, que com um punhado de voluntários vai atrás do navio em perigo. Contra todos e contra tudo, realizam o improvável.

Minha tendência é culpar a escolha do diretor, esse Gillespie, que fez antes um terror ruim (a refilmagem de A Hora do Espanto), uma história de beisebol que passou em branco (Arremesso de Ouro) e uma comédia independente curiosa com Ryan Gosling, A Garota Ideal. Não sabe o que fazer com este grande orçamento nem com o elenco. Pine tenta representar o desajeitado herói, mas chega a ser constrangedor, nem tanto quanto o horrível Eric Bana e principalmente a figura mais desagradável do filme que é a namoradinha do herói, que o persegue e procura de uma maneira constrangedora (a inglesa Holliday Grainger, que fez Lucrécia Borgia na tele série conseguiu passar de sedutora a chata!).

Enfim, o que poderia ser uma aventura absorvente se tornou um fracasso que um dia em breve você poderá assistir na televisão sem muito desgaste. Até lá todos já terão esquecido deste passo em falso.