Crítica sobre o filme "Irmãs":

Rubens Ewald Filho
Irmãs Por Rubens Ewald Filho
| Data: 23/01/2016

Fiquei gostando de Tina Fey como roteirista da melhor comédia de adolescentes dos últimos tempos que foi Garotas Malvadas, depois veio a série premiada 3rd Rock e o trabalho que ela fez junto com a amiga Amy Poehler como apresentadoras da Festa do Globo de Ouro, que era muito melhor do que o feito por Ricky Gervais. Já fizeram antes uma comédia para cinema que não deu muito certo, sobre bebês, mas retornam aqui sob as ordens de um diretor quase estreante, Jason Moore (que fez Pitch Perfect que ninguém assistiu no Brasil) e o roteiro de uma mulher, Paula Pell, que há anos trabalha no Saturday Night Live. Mas quando mulher quer fazer humor pesado consegue até ser mais apelativa do que homem e outra prova disto está aqui neste sucesso nos EUA (esta caminhando para 100 milhões de dólares). O que não abona a carreira delas, pelo contrario. É apenas uma versão mais adulta daquelas histórias inconsequentes de adolescentes que dão festas de arromba na casa dos pais, que acabam destruindo quase tudo, só que agora as heroínas são duas mulheres de trinta e tantos anos que não se deram bem na vida.

É difícil acreditar que a morena Tina e a bem loira Amy possam ser irmãs, mas as duas são amigas e a relação entre elas até que funciona na tela. No caso, Tina tem uma filha adolescente para criar e Amy é uma enfermeira, que, aliás, mora em Atlanta, onde eu estou neste momento por causas das premiações. É no momento o lugar que mais dá vantagens para rodar na cidade.

Os pais delas são vividos por James Brolin (marido de Barbra Streisand) e a premiada Dianne Wiest, que se cansaram de viver em sua casa e procuram mudar-se. As duas ficam chocadas em perder o lar e convidam todos os amigos do passado, principalmente aqueles que odiavam. E a festa obviamente acaba virando uma loucura, uma chanchada inacreditável de tal maneira que a gente fica pensando será que isso agora virou humor? Será que duas mulheres respeitadas pela inteligência vão perder tudo que ja construíram para fazer esta pseudo comédia e terem um sucesso de bilheteria para um público que nem é o delas?

Pelo jeito sim, porque o resultado é chocantemente sem graça, grosseiro, cafajeste, e fico até envergonhado em ter rido em determinado momento quando um rapaz é atingido num lugar desagradável por um brinquedo de bailarina em caixinha de música. É o fim da picada, mas todo mundo tem um lado vulgar difícil de negar.

Nem por isso posso deixar de lamentar o baixo nível desta comédia e outras, como uma com o ex lendário Robert de Niro, que também esta para estrear...  Ao menos nenhuma comédia brasileira por enquanto baixou tanto o nível...