Crítica sobre o filme "Pequena Morte, A":

Rubens Ewald Filho
Pequena Morte, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 22/12/2015

Um elenco desconhecido e um diretor que também é ator, não parece referencia boa para esta comédia australiana que chegou a concorrer na Mostra Internacional de São Paulo de 2014. Teve também 6 indicações para o Australian Film Institute (todas para atores e não ganhou nenhum), o Sindicato dos Roteiristas, ganhou prêmios em Tessalonik (prêmio do público), SXSW Festival (também de público). O mais interessante, porém é seu titulo que precisa ser explicado. Fala-se com frequência que o orgasmo e o prazer que o acompanha são como pequenas mortes. Esta é a intenção do filme que vem trazendo um gênero hoje muito raro: uma comédia sobre sexo. Passado em Sydney, mostra a vida de cinco casais que vive num subúrbio e compartilham seus fetiches e problemas.

Numa mesma rua convivem diversos casais com problemas. Uma mulher que tem uma perigosa fantasia sexual e a luta de seus parceiros em tentar agradá-la. Um homem começa um caso com sua própria esposa sem que ela saiba nada sobre isso. Um casal que luta para controlar as coisas depois que uma experiência sexual da errado. Uma mulher que só consegue encontrar prazer na dor de seu marido. Uma pessoa que trabalha num centro telefônico se envolve numa grande confusão com uma chamada pornográfica. Um novo vizinho que sabe seduzir todo mundo. Segundo seu diretor, o filme explora o que realmente queremos do sexo e como consegui-lo. E quais são as consequências deste passageiro momento de êxtase.

Se você não esperar muito pode até se divertir até porque o tom do filme é mais para “sitcom” do que escandaloso. E geralmente as pessoas apreciam mais o episódio final que explora o que chamam “as fascinantes possibilidades dos telefonemas sensuais para os surdos”. Ainda que tenha um tema muito discutível e desagradável (para não dizer coisa pior) que é a historia de Maeve (Bojana) que tem a fantasia de ser estuprada! E seu namorado fica mascarado para satisfazê-la! O assunto ainda volta noutra situação de gosto discutível, a esposa madura e difícil que por engano tomara remédio para dormir o que vai chamar a atenção para o marido transar com ela! O gosto duvidoso prossegue com casal que tanto fantasiam que Dane decide seguir carreira de ator! Outra historia bizarra é com Rowena que se excita cada vez que o marido chora e derrama lágrimas. Unindo essas tramas temos ainda Steve, que é “sex offender” que se muda para o bairro e vai visitar os casais.

Bom, já dá para sentir o que é o filme e se esse é o tipo de humor que o diverte. A escolha é sua.