Este foi o merecido filme vencedor do mais recente Festival de Gramado (trilha musical, roteiro, direção e filme) e do Rio do ano passado (ator, o garoto Matheus) e prêmio especial do Júri (o diretor). Ou seja, é um filme brasileiro que vale a pena recomendar.
O diretor Chico Teixeira que começou com documentários, impressionou muito com A Casa de Alice (07), mesmo usando atores desconhecidos, ele construiu um drama verdadeiro e humano de uma mulher muito infeliz, de classe média já caminhando na meia idade.Essa sensibilidade em retratar pessoas comuns em situações repletas de verdade, se configura neste Ausência, que parece ser mas não é exatamente um filme gay. É sobre um adolescente Serginho, que vive numa rotina de mediocridade. Cuida da mãe doente e do irmão pequeno de cinco anos, vai a escola, joga com alguns amigos ainda mais pobres que ele, Mudinho e Silvinha. Carente, ele se aproxima de um professor que parece compreensivo Ney (o sempre irrepreensível Irandhir) que a princípio parece lhe dar atenção. A situação é muito bem resolvida, de forma até poética e delicada, coisa rara de se ver no cinema brasileiro. Um filme muito especial que merecia ser descoberto.