Há quase vinte anos o diretor Shyamalan se revelou com o mega sucesso de O Sexto Sentido, que chegou a lhe dar inclusive indicação para o Oscar. Desde então sua decadência foi firme e forte, sem escalas, cada filme pior e mais mal recebido que o anterior, e a situação foi ficando tão grave depois do fracasso de Depois da Terra (13). Ele se defende dizendo que nunca mais conseguiu um final Cut, ou seja, nunca lhe deixaram ter o corte final, a montagem final do filme (que foi feita pelos produtores).
Curiosamente ele se redime parcialmente com este filme muito barato (5 milhões de dólares) que teve renda boa apenas por causa disso (bilheteria de 25 milhões) e até mesmo algumas criticas respeitáveis. Feito com elenco desconhecido, o diretor diz ter feito 3 versões (1 dramática, outra cômica e outro mezzo-a-mezzo) optando pela primeira. Ele usou aqui o salário que ganhou no filme anterior num tentativa de recuperar seu prestígio e controle artístico.Rodado como Sundowning, o terror é naquela linha super abusada que os americanos chamam de “found footage”, ou seja, alguém gravou material em digital que agora serve para revelar algum crime ou fantasma. No caso, são dois irmãos loiros, bonitos e pré adolescentes que vivem com a mãe (o pai sumiu) e querem conhecer os avós que moram no interior e nunca viram (não se dão com a mãe, que aproveita a chance para fazer viagem de navio com um namorado).
Chegando lá encontram um casa de interior, bem decorada e um casal de velhos frios mas atenciosos. O avô é durão, a avó mais doce mas ambos parecem senis. Tudo que é mostrado antes e depois imitando dezenas de outros filmes, é gravado, com eventuais alívios cômicos (o garoto gosta de cantar como rapper e inventa em certo momento usar o nome de cantoras como Kathy Perry ou Rhianna. Ao menos nas salas americanas o público ria, aqui não tenho certeza). Enfim, vamos caminhando devagar e custam a descobrir que há alguma coisa errada (não revelo o que) e o resto do filme é a resolução apressada e não muito assustadora do que sucedeu. Para o meu gosto, ainda bem fraco e decepcionante. Mas devo dizer que os teens americanos foram mais condescendentes.