Somente uma conclusão indiscutível se tira deste último capitulo da bem sucedida saga dos Jogos Vorazes: Jennifer Lawrence é uma autêntica estrela, possivelmente a mais carismática e atraente de sua geração. Aos 25 anos, está excepcionalmente bela e atraente (tem até momentos de Monalisa) neste tão esperado final da mais bem sucedida das Distopias recentes. Depois da série Crepúsculo (por sinal muito ruim) houve a descoberta do público chamado de Young Adult (jovem adulto) que seguiram sua fórmula. Muitos os chamados mas poucos os escolhidos e Jogos foi sem dúvida o mais bem sucedido deles. Acho que pela sorte de terem descoberto Jennifer, cercada de um bom grupo de atores (deram-se ao luxo de chamar Phillip Seymour Hoffman, que antes de morrer deixou pronto algumas cenas mas na parte final um texto que deveria dizer virou carta que é lida por outro ator do primeiro time, ou quase, Woody Harrelson).
A verdade é que tinha a seu favor um triângulo amoroso que curiosamente funcionou melhor nos filmes anteriores do que aqui na conclusão. Peeta (Josh) havia sofrido uma lavagem cerebral, nunca bem explicada e agora é resgatado para a princípio rejeitar histericamente a heroína Katkniss e depois ir se recuperando apressadamente simplesmente porque o filme já esta acabando e é preciso resolver o dilema. Assim, sem mais nem menos, o outro ângulo do triângulo, o sempre bondoso Gale (Liam), de repente é descartado de forma nada convincente. Ou seja, o triângulo fica desmantelado e ainda por cima o filme custa a terminar descendo a momentos idílicos totalmente dispensáveis.
Não é preciso ser muito esperto para perceber que este último capitulo iria trazer o tantas vezes adiado confronto entre Katniss e o bandidão Snow (Sutherland, resolveu se despedir do personagem já cara de sem vergonha, curtindo o seu destino!). O roteiro tem outros defeitos que o diretor Francis Lawrence (que dirigiu melhor os dois filmes anteriores) não soube resolver. O começo é lento e arrastado e só da metade para o fim o filme começa a se esquentar, com algumas cenas de pura ação (eles entram na Capital, onde há disputa de poder entre os guerreiros, mas tudo é resolvidos com”deixa disso”). O primeiro é invadir um arranha céu que tem uma fonte que ira jorrar uma espécie de liquido negro viscoso. Depois eles entram nos esgotos da cidade, onde acontece a sequência mais movimentada do filme (são atacadas por criaturas estranhas, zumbis melhorados, que ao menos esquentam a narrativa que depois será interrompida por uma visita a uma mulher tigresa (outra figura desperdiçada) e por uma saída na rua (sem disfarce, ou ao menos máscara) para entrar no palácio que é completamente absurda. Os que não leram o livro nem ouviram muito sobre ele, terão de qualquer forma uma surpresa (outra cena que achei fraca dada a sua importância).
Enfim, Jennifer é mesmo em todos os sentidos a salvadora da pátria. Já que a direção não ajuda, os galãs estão prejudicados, o elenco de apoio não tem chances. Jennifer tem a ingrata missão de salvar o filme.