Crítica sobre o filme "Espírito de Lobo":

Rubens Ewald Filho
Espírito de Lobo Por Rubens Ewald Filho
| Data: 29/10/2015

Este super espetáculo acabou de criar polêmica quando depois de ter sido indicado oficialmente para representar a China na categoria de filme estrangeiro no Oscar 2016, foi rejeitado por ela alegando que o diretor é Francês. Na verdade Annaud inclusive já ganhou Oscar de filme estrangeiro, ou em língua não inglesa, por Preto e Branco a Cores. Logo em sua estreia em 76. Depois disso Annaud fez filmes importantes e grandes como O Nome da Rosa, 86, O Amante, 92, Circulo de Fogo, 01, Sete Anos no Tibet, 07 com Brad Pitt. Mas fazia tempo que não víamos um filme rodado em locações autênticas, no caso aqui a Mongólia, observando o comportamento de bichos, já que esse tipo de espetáculo em geral passou para as emissoras de TV por assinatura, que tem seu reino animal.

O próprio Annaud fez antes vários trabalhos desse teor com os filme O Urso (88), Era uma vez dos Irmãos (04) sobre tigres. Embora não seja muito admirado pela crítica, ele é sempre competente e fica muito a vontade neste tipo de épico espetacular e fotogênico (a gente fica imaginado a dificuldade que deve ter sido rodar em locações selvagens. Por exemplo, o produtor Alan Wang levou 3 anos para criar uma geração de 36 lobos que aparecem no filme,ajudado por um treinador Andrew Simpson). Dizem que todos os diretores famosos da China recusaram o projeto e por isso que foi chamado Annaud, também porque daria um alcance maior como público europeu. Annaud teve liberdade de mexer no roteiro e teve corte final (no final das contas foi perdoado por ter feito antes Sete anos no Tibet, um filme favorável aquela pais e o Dalai e totalmente contra o domínio chinês) O livro de Jian Rong é muito critico da cultura Han da região e seus hábitos de agricultura. Isso ficou fora do filme já que foi produzido pelo órgão oficial de cinema da China. Outro detalhe, embora costume nevar na Mongolia, isso não sucedeu e a produção teve que criar neve artificial. O orçamento do filme foi relativamente pouco: menos que 40 milhões de dólares.

A história se passa durante a chamada Revolução Cultural chinesa quando dois estudantes de classe média se alistam para ir trabalhar junto com os nativos da Mongólia, ainda uma região muito selvagem infestadas por lobos que atacam as ovelhas e de vez em quando os nativos. O filme é basicamente sobre a adaptação deles a nova cultura, principalmente quando um deles, Chen Zen (Shaofeng Feng) resolve capturar um lobo bebe para melhor poder estudar seus hábitos. Mas isso provoca críticas e problemas. O filme é basicamente isso (me lembrou um pouco Os Lobos Não Choram que se passa no Alaska, que também respeita a existência dos animais). Ou seja, este é um filme ainda que bonito também é impessoal. Quem gosta do gênero vai curtir e talvez até sair encantado com os lobos. Vale experimentar.