Crítica sobre o filme "Colina Escarlate, A":

Rubens Ewald Filho
Colina Escarlate, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 16/10/2015

Atenção fãs do diretor mexicano Guillermo del Toro, preparem-se para uma decepção. Este tão esperado filme é na verdade uma decepção, uma antiquada homenagem as histórias góticas a la Jane Eyre (só que com alguns poucos momentos de Gore/Sangreira), aos filmes que ele certamente amava da Hammer britânico (a ponto de dar o sobrenome da mocinha de Cushing, obvia referencia ao astro deles Peter Cushing) e certamente também a Roger Corman e sua série de adaptações de Edgar Allan Poe (inclusive com o uso de iluminação verde e escarlate). O mais triste é que não é sequer terror mesmo com aparições ocasionais de fantasmas (alguém quer me explicar porque a moda é fazer com que os esqueletos fantasmas soltem fumacinha!!!). Há momentos onde o riso não sei se era proposital ou constrangedor e me parecia estar vendo uma imitação barata do clássico Rebecca, a Mulher Inesquecível (ao menos neste a gente não ficava sabendo logo que o herói era culpado ou não!). E finalmente acontece também a tão prevista e esperada queda de Jessica Chastain, que nunca esteve tão errada e sem vigor quanto aqui. Com peruca morena, fica a beira da canastrice!).

A verdade é que praticamente não há sustos ou surpresas, tudo é muito banal e romanceado quando a heroína  Edith Cushing (Mia Wasikowska, que já teve todas as chances e continua a ser a mesma de sempre, pálida e sem graça. Entrou no lugar de Emma Stone) começa a relembrar a sua história e sua crença em fantasmas. Nem por isso ela da atenção quando possivelmente sua mãe vem lhe avisar para tomar cuidado com o lugar título! Embora ela esteja sendo cortejada pelo médico oftalmologista Charlie Hunnam – um desperdício total deste ator interessante que o mesmo diretor usou mal em Circulo de Fogo. Ela vai se interessar logo por um britânico com cara de vigarista e que o pai dela percebeu na hora (e novamente temos Tom Hiddleton, já consagrado vilão, num papel que deveria romântico mas que com sua testa alta e cara longa nunca consegue tornar convincente. Benedict Cumberbatch que iria fazer o papel antes talvez se saísse melhor). Enfim, heroína boba se casa com ele e vai para a Inglaterra onde ele tem um castelo quase em ruínas e sonha em tirar argila de uma mina da família. É engraçado que o filme tem uma direção de arte bem cuidada e atraente, já que é no fundo um grande romance para o público feminino (isso deve provocar seu fracasso, já que os que esperam um autêntico terror vão se decepcionar). Ou seja, a produção é cara, de primeira, rodada no Canadá, mas faltou uma história mais original, mais curiosa e certamente mais tensa e envolvente.