Crítica sobre o filme "Respire":

Rubens Ewald Filho
Respire Por Rubens Ewald Filho
| Data: 08/10/2015

Quem como eu tinha ficado impressionado com o charme da atriz francesa Mélanie Laurent (principalmente no filme de Tarantino, Bastardos Inglórios, Truque de Mestre, O Homem Duplicado, Toda Forma de Amor) vai se surpreender que ela também é boa diretora e aqui inclusive no seu segundo filme (o primeiro foi Les Adoptés, 11, que deu Lumiére de revelação para Dennis Menochet). Este Respire concorreu a Semana da Critica em Cannes, e suas duas atrizes foram indicadas ao César de revelações - aliás merecidas!).

Enfim, não se pode dizer que o filme seja especialmente original , ao contrário se parece bastante com o americano Aos Treze, 2003, de Catherine Hardwicke (com a diferença de que esta realizadora é fraca e incompetente como demonstrou logo depois com o primeiro Crepúsculo). Esta é uma história muito feminina, bastante comum, mas que nem por isso deixa de ser convincente, também pela escolha das duas adolescentes. É sobre Sarah (Josephine Jaspy, que parece promissora), uma garota tímida, estudante do curso secundário que fica amiga de uma recém chegada, Charlie, exuberante e atraente. As duas ficam logo super amigas e confidentes, e Sarah mais frágil e inexperiente, vai ficando envolvida com a outra, até de forma sentimental. E como a história é banal e comum, é inevitável que venha a acontecer a surpresa e as revelações.

O universo feminino é muito bem retratado, sempre com veracidade. Houve críticos que acharam a fotografia e a direção por vezes artificial, cheia de truques. Não é meu caso, embora jovens e mulheres se identifiquem melhor com a trama e a situação, deixei o filme admirador da realizadora.