Que saudades de Peter Greenway e suas suntuosas pesquisas eruditas sobre arquitetura e arte, sempre realizadas com requintes narrativas e um excepcional domínio da Imagem. Infelizmente ele já não é tão frequente e deixa espaço para blefes como este tal de Eugène Green, que parece ainda existir nos anos 1950, trabalhando com atores péssimos que não tem ideia do que representar, dizendo textos ridículos e discursando sobre a utilidade da arquitetura atual de forma tão posada e ridícula, que dá a impressão de estarmos diante daqueles filmes amadores feitos no interior do Brasil, por gente ingênua que não tem noções técnicas e colocam seus atores (horrendos) falando diretamente para a câmera, sempre centrados, falando sem a menor naturalidade como se fossem fantasmas perdidos numa peça sem noção.
Como sempre acontece com um filme que mostra as belezas da Suíça e da Itália e se fixa na obra de Francesco Borromini, a câmera de vez em quando passeia por detalhes de grande beleza. Mas é impossível não achar risível a situação de um arquiteto famoso e premiado, Alexandre, que aos 50 anos, tem um projeto premiado que é rejeitado por uma comissão que exige que ele seja simplificado. Ela entra em crise e embora esteja em crise também no casamento, eles partem para a Itália onde em Sresa, a margem do Lago Major, encontram um jovem estudante de arquitetura Goffredo e sua irmã Lavínia que sofre de misteriosa doença...
Não espere, porém qualquer romance ou adultério ou mesmo qualquer ação mais envolvente. É um palavrório sem fim, solene, superficial e sem nenhuma Sabedoria. Por demais literário, pretensioso, falsamente erudito, falado lentamente e sempre exasperante. Sem dúvida, um dos piores filmes que já tive a infelicidade de assistir.