Crítica sobre o filme "Férias Frustradas":

Rubens Ewald Filho
Férias Frustradas Por Rubens Ewald Filho
| Data: 10/09/2015

Em termos de comédia este último verão americano foi desastroso e repleto de fracassos ou decepções como esta aqui, que foi uma curiosa tentativa de ressuscitar justamente o filme homônimo de 83, que usava a chancela a principio da revista National Lampoon´s sobre a família Griswold e sua desesperada e desesperadora tentativa de viajar até um parque de diversões no interior do país. Na verdade, não era nenhuma maravilha nem especialmente engraçada, mas foi bem de bilheteria e depois teve três continuações sempre com Chevy Chase e Beverly (variavam apenas os atores que faziam os filhos, antes um casal de filhos, agora dois garotos). O curioso é que cada um desses filmes teve um título diferente até que a Warner resolveu mexer nisso e deixou todos como Férias Frustadas II, 85, Férias de Natal, 89, Férias Frustradas em Las Vegas, 97 (houve um outro meio renegado que se chamou As Ridículas Férias de Eddie, 03, que foi sobre um personagem secundário dos filmes, o primo Eddie vivido por Randy Quaid, que aliás não foi escalado para este remake porque mora no Canadá e esta foragido dos EUA, depois de ter pirado há alguns anos). Um detalhe nos créditos iniciais tem uma foto do bem amador John Hughes com sua família. Ele foi o roteirista criador do filme original!

Realizado pelos dois atuais roteiristas, o filme é um lamentável equivoco, começando com a escolha do ator central, Ed Helms, um dos astros da Trilogia Se Beber Não Case. Ele tem um estilo de humor estranho e grosseiro, difícil de aceitar, acima como é sempre de mal gosto o relacionamento entre os dois garotos e as piadas de sexo gratuitas. O filme começa num avião onde o herói é piloto e vai se criando um clima que sugere Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu, mas que não chega a ser desenvolvido (ou seja, não tem maior graça). Depois de uma refeição com uma família amiga de negros eles resolvem tirar férias conseguindo um Toyota Previa adaptado. Muitas das piadas parecem irresponsáveis (como dirigir o carro sem conhecer seu manejo e provocando enorme acidente, tomarem banho num lago que esta cheio de produto condenado, o irmão mais novo tentando sufocar o mais velho). Ou bobas (a esposa feita por Christina Applegate recorda o tempo em que era jovem e louca, participando de uma espécie de gincana que a deixa completamente bêbada). Logo vem um parente jovem e rico e pretensioso (o Thor, Chris, não tem ainda ritmo de comédia). Mesmo quando exibe gratuitamente seu tórax! Ainda assim eu dei uma risada muito constrangido quando o herói atropela uma vaca! Super politicamente incorreto...

Depois tem um passeio pelas corredeiras do Grand Canyon (o guia é especialmente desagradável), um problema com o carro que sai andando sozinho e depois explode, até finalmente entrarem em cena os veteranos, Beverly, toda plastificada e Chevy, irreconhecível. Uma piada mais pela frente e finalmente estamos livres deste pesadelo. Custou apenas 31 milhões de dólares para ser feito e rendeu 52 milhões, ainda assim insuficiente para se pagar!