Crítica sobre o filme "Nocaute":

Rubens Ewald Filho
Nocaute Por Rubens Ewald Filho
| Data: 09/09/2015

É muito curiosa a reação da critica Americana a este filme que foi muito apedrejado por causa de sua história que seria cheia de clichês e situações dramaticamente melodramáticas (não custa relembrar como os críticos tem fobia por tudo que é dramático e o público adora! É um conflito sem solução!). Enquanto grande parte da imprensa louvou o trabalho de Gyllenhaal como o melhor de sua carreia e possivelmente lhe daria uma indicação ao Oscar (ano passado, ele merecia ter sido indicado por O Abutre que lhe deu indicação ao Globo de Ouro, Bafta, Independent Spirit e ate o premio do Cine Sesc como melhor ator estrangeiro). Menos o Oscar (tem ainda outra estreia forte neste ano que será a aventura Everest!).

O fato é que Jake tem um trabalho notável de transformação física, tornando-se um autêntico lutador de boxe, não especialmente inteligente e dependente da mulher que conhecida desde muito jovem (bela aparição de Rachel MacAdams que eu passei a admirar desde que tenho visto a série de TV True Detective!). Quando ela morre num atentado que nunca fica muito claro (outra coisa que a critica reclama e com certa razão), ele deixa sua vida desmoronar sem saber cuidar de sua única filha pequena (revelação de uma garota extraordinária ainda desconhecida para nós, Oona Laurence, agora vai virar estrela!).

Quem dirigiu o filme foi o competente (e black) Antoine Fuqua, que fez trabalhos como O Protetor e Dia de Treinamento (ambos com Denzel) e agora roda a nova versão de Sete Homens e um Destino. Ele tem a mão pesada mas nem por isso perde o controle de um filme de orçamento pequeno (tiveram que rodar na Pensilvânia, em vez de Las Vegas para as cenas de luta) e escrito por Kurt Pratt, famoso por seus roteiros de séries de TV, que foram The Shield Acima da Lei e o recém acabado Filhos da Anarquia.

Haveria coisas que ele podia ter explicado ou justificado melhor e situações que a gente tem a impressão de já ter visto em outros filmes (já que são tantos os clássicos sobre boxe, inclusive em A Menina de Ouro). Mas nada tira o impacto da interpretação do elenco, além de Jake, quem entra na hora final do filme é Forest Whitaker, como um novo treinador, que tem aqui provavelmente o melhor momento de sua carreira.