Crítica sobre o filme "Festa de Despedida, A":

Rubens Ewald Filho
Festa de Despedida, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 08/09/2015

O cinema de Israel confirma sua boa fase com este drama (com alguns momentos de comédia, humor negro logicamente) que foi super premiado no país natal (pela Academia de cinema local, foi votado como melhor ator, foto, maquiagem, som, foi indicado ainda como melhor filme, diretor, atriz, coadjuvantes, roteiro, montagem, escolha de elenco, direção de arte, música). Ainda foi melhor atriz em Haifa, também dois prêmios em Valladolid. Mais dois para atrizes em Veneza.

O assunto não chega a ser novo, tivemos por exemplo, o filme da HBO sobre as experiências do Dr. Jack Kervokian, vivido por Al Pacino em Você Não Conhece o Jack“ (2010) e com o crescimento e envelhecimento da população parece inevitável que a questão da eutanásia venha a ser cada vez mais discutida e ampliada, ou como dizem aqui, “morte assistida" (ou "auxiliada”).

Foi feito por uma dupla de diretores roteiristas (que vem trabalhando juntos antes em curtas e telefilmes, este é seu primeiro longa para cinema. Sharon fez com outro parceiro a comédia A Matter of Size, 09, sobre os que têm excesso de peso!), eles tiveram a sensibilidade de reunir um elenco excepcional de atores veteranos, todos impecáveis. Eles interpretam os protagonistas que vivem numa casa de repouso em Jerusalém, com bastante conforto mas percebendo que suas forças estão se esvaindo e seus dias estão contados. E parece claro, que passarão por muito sofrimento. Até que decidem construir uma máquina que será capaz de lhe dar uma morte sem dor, em paz. Seria completamente automática e funcionando com apenas um toque num botão. A experiência começa a ser feita com bons resultados e o inevitável sucede: outros idosos em situação semelhante também pedem para se submeter ao processo. E talvez a figura mais tocante seja justamente a de uma mulher ainda relativamente jovem e bonita, que está sofrendo de Alzenheimer.

Difícil não se sensibilizar com uma história tão humana e contada com habilidade. Não é um panfleto, apenas coloca uma possibilidade que a humanidade mais certo ou mais tarde terá que enfrentar. Merece ser descoberto.