Crítica sobre o filme "Diário de uma Camareira, O":

Rubens Ewald Filho
Diário de uma Camareira, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 03/09/2015

O diretor Frances Benoit Jacquot tem a fama de fazer muitos filmes, com rapidez e pouca profundidade, de preferência novas adaptações de obras literárias que já foram antes adaptadas para cinema ou televisão. Raramente faz um filme fora do comum mas também nada muito ruim. Esta obra de Mirbeau (1850-1917) teve uma versão americana chamada Segredos de Alcova (46) com Paulette Goddard, feito pelo celebrado Jean Renoir, com o então marido dela Burgess Meredith, seguida por várias adaptações para TV e uma outra que é a mais memorável, em 64 também chamada Diário de uma Camareira ( um titulo esquisito já que ela não mantém nem escreve um diário), mas vivido pela grande Jeanne Moreau e Michel Piccoli, sob as ordens do genial Luis Buñuel. O resumo dele nada tem a ver com esta versão girando em torno de fetichismo por sapatos, uma esposa frigida, fazendeiro fascista e ainda a morte de uma criança. Ou seja, em tudo e por tudo muito mais interessante que a atual.

Nada a ver com esta colorida, lenta e esquálida versão, em que Léa Seydoux é jovem demais para o papel, não é nada sedutora e passa o filme sem demonstrar maiores emoções. A ação se passada na vira do século 19 para 20 e ela é contratada para servir de empregada para um família do interior que não nada de muito especial, até porque a única presença que seria forte, a do capataz (feito por Vincent Lindon, premiado em Cannes este ano mas por outro filme) é mantida num segundo plano e nunca explicado. Há uma espécie de episódio ou flash-back, em que Celéstine serve com uma velha senhora e leva sem querer o neto tuberculoso à morte mas nem isso consegue tornar interessante esta medíocre e infeliz adaptação.